Recentemente participei de um evento para incentivar meninas e adolescentes a escolherem carreiras STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes- Arquitetura e Design e Matemática) e perguntaram como foi que escolhi ser arquiteta e engenheira.

Nasci numa família de médicos… avô, pai, mãe, tios e tias, irmã, primos e primas, todos amavam a medicina e acreditavam que seguir a carreira era certeza de sucesso profissional e continuação de um legado.

Sou da época em que o segundo grau era profissionalizante e direcionado para uma área específica: Exatas, Biológicas ou Humanas, e foi assim que fui parar no laboratório de análises clínicas e tive a certeza absoluta que não havia nascido para isso, eu era um verdadeiro desastre.

Quando criança, meus brinquedos favoritos eram os blocos de madeira que me permitiam criar casas, edifícios e pontes, inventar uma cidade, desenhar e pintar, montar aviões e quebra-cabeças.

Desta forma, me tornei a rebelde da família, decidi que seria arquiteta apesar de nunca ter pisado num laboratório de linguagem arquitetônica ou visto uma prancheta de perto.

Não foi uma decisão fácil, e no dia do exame de LA (Linguagem Arquitetônica), sequer entendia o que estavam pedindo, só lembro do ruído dos lápis e eu olhando para o infinito sem saber por onde começar.

Voltei para casa cabisbaixa, envergonhada da minha ignorância, tinha tanta certeza do meu fracasso que nem perdi tempo em olhar a lista de aprovados, o jeito seria prestar o vestibular de medicina.

Mas o impossível acontece! E contra todas as expectativas, incluindo a minha, entrei na faculdade de arquitetura Mackenzie.

Bem lá no fundo, eu tinha um resquício de esperança que acreditava que se nasci com um determinado talento ele iria florescer e permitir que eu realizasse um sonho.

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Então, quero dizer para as meninas que devemos ser livres para ser o que quisermos, uma astronauta, uma ganhadora de Prêmio Nobel, uma cientista, pode ser que você prefira criar uma cidade sustentável, uma mobilizadora, uma ativista do câmbio climático… você pode tudo!!

Preparem-se também para escutar que não irão conseguir, que estão delirando, com mania de grandeza, dirão que você enlouqueceu.

Nesta hora, vamos lembrar da história da rãzinha que venceu uma corrida mesmo sendo a improvável, a menor, a menos qualificada. Ao iniciar a corrida, a multidão começou a gritar que a prova era muito difícil, impossível, que o melhor seria desistir… e foi assim que as rãs competidoras foram deixando a corrida, todas menos a rãzinha que continuou avançando no seu passo e terminou vencedora.

Ninguém acreditava no que tinha acontecido, como foi possível? Ao indagarem a rãzinha, descobriram que ela era surda e por isso não se deixou influenciar pela multidão, e é exatamente assim que devemos agir quando duvidarem de nossas capacidades, quando rirem de nossas escolhas, quando duvidarem de nós.

 

“Se você consegue sonhar algo, consegue realizá-lo.” Walt Disney

 

 

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Imagem: Freepik

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