Quando nos tornamos reféns do medo

Bom dia meus amigos queridos,

Você conhece gente que tem medo de tomar decisões? Você conhece gente que é incapaz de mudar de emprego ainda que esteja extremamente infeliz no ambiente do seu trabalho?

Gente que tem medo de se relacionar com receio de se machucar. Gente que tem medo de ter filhos. Gente que tem medo de amar. Gente que tem medo de pensar no futuro.

Você conhece gente que gostaria de mudar de casa, viver em outra cidade ou país?

Gente que gostaria, mas não consegue mover um centímetro e sair do plano “gostaria”…

O medo paralisa. O medo desencoraja iniciativas. O medo consome as nossas energias.

O medo impede que o ser humano se relacione com a vida e com o próximo.

O medo nos tira a liberdade e a leveza de tentar e falhar, de errar e aprender com os próprios equívocos. O medo nos tira a naturalidade humana do processo de ser humano.

Talvez você me pergunte: E como posso vencer o medo? A resposta é ter coragem? A resposta é ser ousado?

Certamente ter coragem e ser ousado nos ajudam. No entanto, parece que a coragem e a ousadia são características que estão intrinsicamente ligadas com algo muito maior e muito mais profundo que aduba estas sementinhas da coragem e ousadia para fazê-las crescer.

E qual seria esta premissa? E qual seria este terreno apropriado para fazer brotar e florescer a coragem e a ousadia?

Eu ainda era muito menino quando li uma das frases mais fortes que expressam o antídoto contra o medo. Eu a encontrei no Novo Testamento da tradição cristã que diz o seguinte: “o amor lança fora o medo”.

O amor genuíno de um pai traz coragem ao filho que está cansado. O amor incomparável de uma mãe faz com que a filha que tem tanto medo de se lançar, encontre forças para por os seus pés na trilha da vida.

O amor sincero de um amigo por outro amigo é capaz de trazer a confiança necessária para lidar com a ansiedade de ser mal interpretado.

Ora, o amor de Deus que nos abraça e acolhe tal como somos nos dá capacidade para perseverar, criar, continuar e se encher de esperança contra o apesar de tudo. O amor divino nos ensina que apesar dos nossos equívocos, existe um caminho de perdão.

Na existência há momentos de dor, mas a minha prece é que jamais nos tornemos reféns do medo. Podemos nos sentir sozinhos, mas espero que jamais nos sintamos sós.

O amor verdadeiro não é paixão ou um sentimento efêmero.

O amor verdadeiro e genuíno nos dá a capacidade de viver com uma força indescritível.

É ele quem nos guia através das diversas adversidades com coragem, esperança e resiliência.

Eu espero de todo o meu coração que você possa ser abraçado por tal Amor e enfrentar todas as imprevisibilidades da vida que possam vir sem se tornar um refém do medo.

Collonges-au-Mont-d’Or

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