Gravidade Zero e Autismo – Saiba sobre a Parceria Entre Cientista Brasileiro e a NASA

Gravidade Zero e Autismo - Saiba sobre a Parceria Entre Cientista Brasileiro e a NASA
Créditos: AEROIN

Um estudo inovador, realizado em parceria com a NASA, está levando as pesquisas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) a uma nova dimensão.

Os cientistas investigarão como a ausência de gravidade pode afetar o desenvolvimento neural de organoides cerebrais – pequenos modelos de células cerebrais conhecidos como “minicérebros”.

O objetivo é explorar o impacto da microgravidade nas redes neurais, com o potencial de revelar aspectos ainda desconhecidos sobre o autismo.

Os minicérebros são formados a partir de células-tronco e simulam algumas funções essenciais do cérebro humano. Eles são produzidos em laboratório porque conseguem replicar as primeiras fases do desenvolvimento humano, passando por estágios que correspondem ao período fetal e pós-natal.

Alguns desses organoides simulam cérebros com características do espectro do autismo, que utilizam células derivadas de pessoas com autismo, que contêm mutações associadas ao transtorno.

Enviar esses organoides ao espaço permite que os cientistas observem como as células cerebrais interagem em um ambiente sem a influência constante da gravidade.

 

Por Que motivo estudar o Cérebro em Gravidade Zero?

A gravidade influencia cada aspecto de nossos corpos e afeta a forma como as células se organizam e se comunicam, inclusive as redes cerebrais.

No caso do autismo, o cérebro processa informações de maneira distinta e, no ambiente de microgravidade, os cientistas esperam observar mudanças sutis na organização das células e nas sinapses – as conexões entre neurônios. A expectativa é que observar esses processos em detalhes pode direcionar a ciência para tratamentos específicos que respeitem as singularidades do cérebro de cada pessoa com TEA.

 

Alysson Muotri: Um Cientista Brasileiro

À frente desta pesquisa está o neurocientista brasileiro Alysson Muotri, professor da Universidade da Califórnia em San Diego e reconhecido por suas contribuições no estudo do autismo. Ele é pioneiro no desenvolvimento de minicérebros, uma técnica que usa células-tronco para replicar, em pequena escala, atividades neurais características do cérebro humano.

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Através de seu trabalho com organoides cerebrais, Muotri conseguiu observar como as redes neurais se formam e funcionam em cérebros com características do TEA, abrindo um caminho para entendermos melhor as especificidades do autismo em nível celular.

Esses minicérebros são uma ferramenta valiosa porque permitem que os cientistas estudem as conexões neuronais de maneira detalhada, testando a resposta a intervenções antes de serem aplicadas diretamente em seres humanos.

Na realidade não é a primeira pesquisa nesse sentido. Os organoides foram enviados ao espaço em 2019 e ficaram na Estação Espacial por 30 dias para que avaliassem o efeito da microgravidade.

A avaliação constatou que eles envelheceram o correspondente a dez anos nesse período e esse envelhecimento acelerado possibilita a observação não apenas do desenvolvimento inicial, mas também de fases compatíveis com a de crianças mais velhas, permitindo que cada etapa do processo seja monitorada em tempo real.

Além disso, o cientista pretende levar substâncias experimentais para aplicação nos organoides, incluindo moléculas neuro ativas extraídas do chá de ayahuasca e do guaraná.

Essas pesquisas exploram a possibilidade de “corrigir” alterações em células neuronais e, no futuro, podem pavimentar o caminho para tratamentos personalizados para o TEA.

 

Um Olhar para o Futuro dos Tratamentos para o Autismo

Desta vez os minicérebros serão observados e testados pelo próprio Muotri no espaço. A viagem está programada para final de 2025 e será realizada no foguete da SpaceX, o Falcon 9.  Essa parceria com a NASA abre uma janela de esperança para que os cientistas entendam melhor o autismo e possam desenvolver medicamentos e tratamentos personalizados para atender as necessidades únicas dos nossos filhos e das futuras gerações.

Vamos torcer e aguardar. Sinta-se acolhida aqui! Escreva sobre suas dúvidas ou compartilhe algum desafio se desejar. Será uma honra conhecer sua história e lutar ao seu lado por um futuro mais inclusivo.

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Um beijo e até a próxima quarta-feira,

Juçara Baleki
@querotratamento

Fonte: https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/11/03/vou-estudar-o-efeito-da-gravidade-em-mini-cerebros-de-bebes-com-autismo-diz-cientista-que-vai-viajar-pela-nasa-veja-entrevista.ghtml

 

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