Vergonha alheia é o sentimento de constrangimento que alguém sente ao presenciar uma situação embaraçosa. Nesse sentido, o que pensar do Brasil, que neste momento possui 88 facções criminosas estabelecidas por todo território nacional? As autoridade dormiram em “berço esplêndido”, enquanto os marginais se aglutinavam e criavam novo modelo de negócio criminoso extremamente lucrativo?
Somente o estado de São Paulo e o Distrito federal possuem apenas uma facção, que é o PCC, que por sinal, atua em 24 estados da federação. Já Alagoas, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Roraima, são dominados por duas facções. No Acre, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraná, Rondônia, Sergipe e Tocantins, encontramos, atualmente, 3 grandes grupos criminosos estruturados. No Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Paraíba, 4 facções gerenciam o crime. No Amapá Piauí, Rio de Janeiro e Santa Catarina, temos 5 organizações de bandidos. Em Pernambuco, o numero já sobe para 7. No Rio Grande do Sul, pulamos para 10 e coladinho está Minas Gerais, com 11. E na Bahia, a divisão pelo espaço territorial para venda de drogas é compartilhado por 29 facções.
O sentimento de vergonha alheia se faz ainda mais presente e robusto quando presenciamos a total incompetência no gerenciamento da segurança pública. De tal grandeza é o acinte à ordem pública e à lei, que boa parte dessas organizações comercializam franquias e micro franquias do crime. É por isso, que somos o 11º país mais violento do planeta. Das quase 3 milhões de cidades existentes na terra, 17 delas, das 50 mais violentas no mundo, estão na terra Brasilis.
Dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública estimam que o crime organizado atuante no Brasil faturou aproximadamente R$ 200 bilhões em 2024. Eu acredito que esse montante é bem maior se somarmos a corrupção em todas as esferas e a sonegação fiscal.
Somos um dos países com maior desigualdade sócio econômica do mundo. Lamentavelmente, fatores como os supracitados corroboram, e muito, para nos perpetuarmos nessa situação vexatória.
Portanto, todo esse quadro, pelo menos para mim, gera um sentimento de vergonha alheia. E para o leitor?
