A partida entre Chapecoense e Atlético Nacional, válida pelas finais da Recopa Sul-Americana, nesta terça-feira, em Chapecó, vencida pelos donos da casa por 2 a 1, foi uma aula de civilidade. Um sopro de esperança sobre a capacidade do ser humano de demonstrar empatia.
O carinho e respeito da população da cidade catarinense para com os colombianos desde a chegada da delegação no aeroporto local até o fim do jogo foi impecável.
Vendo a cobertura pela televisão, me emocionei a ponto de precisar segurar as lágrimas. Foi lindo. Refleti sobre a nossa fragilidade. Em um instante, podemos não estar mais aqui ou perder aqueles que mais amamos. Lembrei-me do meu pai, já falecido. Quantas oportunidades de estar junto dele desperdiçadas por orgulho. Enfim…
Com a bola rolando, lances agudos da partida eram encarados pelos torcedores de maneira digna, sensível aos sentimentos dos adversários e princípios de fair play. O hino colombiano foi respeitado, o gol marcado por eles foi aplaudido. Discretamente, sem exageros. Um jogador da Chape acusou um toque de mão no momento do lance, sem aguardar a interpretação do árbitro. Atitude nobre.
Espero que todas essas demonstrações de humanidade, despertadas por uma tragédia, deixem de ser exceção. Gostaria que o homem não precisasse se deparar com situações extremas, sentir a dor da perda de um ente, para agir com cordialidade, respeito e amor ao próximo. Mas o que vi em Chapecó nesta terça me fez voltar a acreditar.