Me olhei no espelho.
Encarei minhas linhas da vivência do tempo. O passar das horas, as histórias que meu corpo conta. Estou pronta.
As cicatrizes são as tatuagens da vida que carreguei. Detalham como vi, como senti, o que superei e tudo o mais que ainda se encontra em processo de digestão.
Goela adentro, alguns sentimentos me sangram. Outros me fortalecem, tonificam, reestruturam.
Eu sou a personificação da minha trilha.
Meus passos, alegrias, meu pranto.
Há uma mulher ali. Sobrevivente de certo caos, eu sei.
Vitoriosa, guerreira, ávida e sedenta de boas novas.
Num outro frame me orgulho do brilho nos olhos: feito criança em encantamento me alegro por ele e, me dispo de tudo que me pesa aos ombros.
Sou mulher de caminhar na ponta dos pés, no salto ou no asfalto, mas firme.
Percebo que quando piso em falso eu mesma recolho os meus destroços, me reinvento, abraço, acolho.
Ah, sim! Eu ainda desejo colos maternais de uma mãe que não mais existe.
No meu pai ainda procuro o olhar que me impulsiona e baixinho me diz: “Siga, minha filha, você é um encanto”.
Canto! Tão alto como precisa minha alma livre, tão bem resolvida, mas afetuosamente carente. Somos todos, todos estamos.
Vamos?
Te convido a decolar e pousar em looping infinito abraçado a mim… Desprovidos de jogos artificiais, de gestos banais, de superficialidades.
Venha para a vida, tão finita como linda. Porque ainda há tanto para escrever… Sou tela de múltiplas cores.
Em versos nunca acabados.
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Imagem 01: Photo & Philosofia
Imagem 02: Ricardo Rodrigues (RIRO)
Respostas de 2
Parabéns pelo texto Roberta.
Obrigada, caro amigo!
Bora fazer parceria e trabalhar juntos!