Vamos falar sobre amor?

Vamos falar sobre amor?

( aqui vão algumas das minhas impressões )

Há alguns anos, o amor parecia ter raízes mais profundas, ancorado na paciência, na construção lenta e constante de uma conexão. Havia uma entrega, uma disposição de se enxergar no outro e de caminhar ao seu lado, independentemente dos obstáculos. Existia uma crença nas relações duradouras, onde compartilhar significava mais que dividir o espaço físico; era dividir sonhos, desafios e um projeto de vida em comum.

Onde andará essa entrega, hoje, na era do “eu em primeiro lugar”? O que foi feito daquele olhar que via o outro não como alguém descartável, mas como alguém que despertava o desejo de permanência, de compreensão mútua? As concessões, antes encaradas como naturais e necessárias para manter o amor vivo, agora são vistas como uma ameaça à nossa individualidade. Em vez de apoio mútuo e de crescimento conjunto, muitas vezes nos fechamos, isolados em nossa própria bolha emocional.

Será que o egocentrismo e o isolamento modernos têm ocupado tanto espaço que perdemos a habilidade de estar, realmente, com o outro? A falta de presença, de escuta e de empatia torna-se cada vez mais comum em tempos de conexões virtuais e superficiais. A comunicação por telas pode ser instantânea, mas raramente é profunda. Nos aproximamos fisicamente e nos afastamos emocionalmente, distraídos por vidas projetadas nas redes, onde tudo é polido e idealizado.

Essa desconexão, alimentada pelo medo de se comprometer e pela resistência a encarar as próprias vulnerabilidades, revela uma nova forma de solidão. Vivemos cercados de contatos, mas cada vez mais desprovidos de ” com-tato” verdadeiro. As relações, que antes eram construídas com base na responsabilidade afetiva, na sinceridade e no desejo de cuidar do outro, hoje muitas vezes surgem e desaparecem num piscar de olhos, sem deixar marcas, sem permitir crescimento.

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Será mesmo essa conexão superficial o que estamos buscando? Ou estamos apenas nos iludindo, distraídos por uma busca incessante de satisfação imediata e fugaz, enquanto, no fundo, ansiamos por algo mais profundo e duradouro? O amor, talvez, ainda exista em algum lugar dentro de nós, esperando para ser redescoberto e vivido com toda a sua força e verdade do qual é capaz de ser em sua legítima e vasta expressão.

E, você? O que tem vivido? Quais são as suas impressões?

Um abraço,

Roberta

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