O início

Minhas boas-vindas a você, visitante!

Ao receber o convite feito pelo Andreoli para escrever neste portal, fiz uma viagem no tempo até a época em que o autismo entrou na nossa vida, há mais de uma década.

Surgiu insegurança da exposição, dos olhares julgadores ou críticos, mas conclui que há em mim também a necessidade de passar informação.

O autismo se manifestou de forma silenciosa. Não foi uma explosão. Na verdade, um fio invisível foi puxando devagarinho meu filho e desviando o olhar, apagando o sorriso, reduzindo a sua presença. Foi surgindo algo “diferente” que levou um tempo para se consolidar.

Confesso que o início foi assustador: havia pouca informação, pouca esperança, mas a força que trago dos meus pais, Iris e José, foi meu alicerce. Honro e sou grata a tudo que me deram.

Logo após a confirmação do diagnóstico do meu filho, hoje um adolescente, as palavras de sabedoria do meu pai me mostraram um caminho: “Filha você pode escolher se vitimizar, ficar chorando e lamentando, ou pode buscar se fortalecer e lutar para ajudar seu filho. De qualquer forma estaremos com você”

Sai de lá com a decisão tomada: teria que me fortalecer e lutar. Entendedores, entenderão. Mas também usei muitas máscaras durante estes anos para mostrar que estava tudo bem. Não estava. Houve choro e medo nos bastidores, mas eu tentava fugir da vitimização.

Busquei esperança, aprendi sobre o autismo e alternativas para lidar com os desafios. Conheci mães que compartilharam conhecimento, experiência, força e esperança. Neste caminho, encontrei o melhor de mim.

Não sou mãe azul ou mãe especial. Escolhi fazer o que for preciso pelo bem do meu filho. Advogada por vocação e apaixonada pelo que faço, uso as duas partes de mim, mãe e profissional do direito, para exigir que meu filho tenha uma vida digna.

Mas percebo que mesmo com a facilidade trazida pela Internet, as pessoas ainda desconhecem muitos dos seus direitos. Mudar isto é necessário.

Meu filho, seu filho e todas as pessoas com Autismo merecem dignidade. Quem conhece seus direitos não precisa pedir favores ao Estado, nem à escola, nem ao plano de saúde, nem a ninguém.

Por isto, a oportunidade de abrir este espaço para tratar dos Direitos da Pessoa com Autismo me entusiasma. Aqui será um lugar para dar esperança.

Entre e sinta-se acolhida. Se desejar compartilhar sua história, falar sobre os desafios ou tirar dúvidas sobre seus direitos, me escreva. Este compartilhar nos fortalece e traz a sensação de pertencimento.

Saiba que esta troca também é importante para mim.

Um beijo, e até a próxima quarta-feira.

Instagram: @querotratamento

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Fita feita de peças z quebra-cabeça coloridas, representa o mistério e a complexidade do autismo, é um símbolo mundial da conscientização em relação a esta condição. Foto reprodução Gov.br

Uma resposta

  1. Muito obrigada por compartilhar toda a sua experiência! Certamente será de grande ajuda á muitas famílias, assim como é para mim!

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