Projeto de Lei Prevê Inclusão na Farmácia Popular de Medicamentos Para Sintomas Do Autismo

Créditos: CNN Brasil

O acesso a medicamentos é uma das angústias enfrentadas por famílias de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. Muitos dos remédios prescritos para o controle de sintomas como irritabilidade, insônia, ansiedade ou déficit de atenção não estão disponíveis na rede pública e têm custo elevado na rede privada.

Diante desse cenário, uma proposta que tramita na Câmara dos Deputados busca aliviar parte desse peso: o Projeto de Lei nº 4436/2024, que propõe a inclusão de medicamentos usados por Pessoas com TEA no Programa Farmácia Popular do Brasil.

 

O que é o Programa Farmácia Popular?

O Programa Farmácia Popular do Brasil, criado pelo Governo Federal em 2004, tem como objetivo ampliar o acesso da população a medicamentos essenciais, especialmente para pessoas que utilizam o SUS, têm baixa renda ou vivem em regiões com menor oferta de serviços de saúde.

Funciona de duas formas:

  1. Rede própria: farmácias públicas mantidas pelo governo;
  2. Parcerias com farmácias privadas (as famosas “Aqui Tem Farmácia Popular”), onde o cidadão pode retirar medicamentos gratuitamente ou com até 90% de desconto, mediante apresentação de receita médica, documento com foto e CPF.

 

Atualmente, o programa já cobre medicamentos para hipertensão, diabetes, asma, osteoporose, colesterol alto, doença de Parkinson e até anticoncepcionais.

 

O que propõe o PL 4436/2024?

O projeto pretende incluir, entre os medicamentos ofertados pelo Farmácia Popular, aqueles usados no tratamento de sintomas frequentemente associados ao TEA, como: Irritabilidade, Agressividade, Ansiedade, Déficit de atenção e Insônia.

E o mais relevante: o texto da proposta apresenta de forma expressa os nomes dos medicamentos a serem incluídos, o que permite avaliar com mais clareza os seus possíveis impactos na vida prática das famílias.

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Quais medicamentos estão no projeto?

O PL 4436/2024 lista os seguintes fármacos: Risperidona, Aripiprazol, Metilfenidato, Clonidina, Melatonina, Sertralina, Fluoxetina. Todos esses medicamentos são amplamente utilizados no acompanhamento de Pessoas com TEA, sob orientação médica, para o controle de comportamentos disruptivos, alterações de humor, sintomas ansiosos, dificuldade de concentração e distúrbios do sono.

Caso o projeto seja aprovado e regulamentado, esses medicamentos poderão ser retirados diretamente nas farmácias conveniadas ao Farmácia Popular, com gratuidade ou desconto, por meio de receita médica válida e apresentação de documento com foto e CPF.

Essa medida pode significar:

  • Redução do número de ações judiciais para garantir medicamentos como melatonina ou aripiprazol;
  • Facilidade de acesso contínuo aos tratamentos farmacológicos prescritos;
  • Menos sofrimento emocional e financeiro para quem já enfrenta tantos desafios no cuidado diário.

 

Qual é a situação atual do projeto? E quais são os próximos passos?

O PL 4436/2024 foi apresentado em 5 de março de 2024 e já teve seu despacho inicial publicado. Agora, ele será analisado em caráter conclusivo pelas seguintes comissões da Câmara dos Deputados:

  • Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD)
  • Comissão de Saúde (CSAUDE)
  • Comissão de Finanças e Tributação (CFT)
  • Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)

 

O caráter conclusivo significa que, se o projeto for aprovado por todas essas comissões e não houver recurso, ele poderá seguir diretamente para o Senado, sem necessidade de votação no plenário da Câmara. Se houver recurso, o texto precisará ser votado em plenário antes de avançar.

Após a tramitação na Câmara, o projeto ainda precisa passar pelo Senado e, em seguida, ser sancionado (ou vetado) pela Presidência da República para se transformar em lei.

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Pontos de atenção

Apesar da relevância do projeto, é importante destacar que esses Medicamentos não o tratam o TEA, mas sim os sintomas associados a ele.

O tratamento medicamentoso deve sempre ser acompanhado por um médico, e não substitui as terapias essenciais como fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, psicomotricidade, entre outras.

 

O que as famílias podem fazer agora?

A mobilização da sociedade é essencial neste momento. Algumas ações importantes incluem:

  • Acompanhar a tramitação do projeto nas comissões;
  • Divulgar informações confiáveis sobre o PL 4436/2024;
  • Enviar mensagens e ofícios aos deputados membros das comissões, manifestando apoio à proposta;

 

A inclusão desses medicamentos no Programa Farmácia Popular pode significar menos sofrimento, menos burocracia e mais respeito às necessidades reais das famílias brasileiras.

Seguiremos acompanhando.

Se você tem dúvidas a respeito dos direitos das pessoas com autismo, me escreva! E saiba: aqui é um lugar para você se sentir acolhido! Será uma honra caminhar com você nessa jornada de acolhimento e amor.

Um beijo e até a próxima quarta-feira,
Juçara Baleki

@querotratamento

 

Fontes:

 

 

 

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