“Nossa que egocêntrico”. Provavelmente você já pensou ou falou isso sobre alguém. Quando uma pessoa começa a falar muito sobre suas qualidades pessoais, fica sempre evidenciando seus feitos e realizações, é muito comum que nos incomodarmos e pensarmos sobre a vaidade dessa pessoa. Muitas vezes parece que a pessoa quer chamar a atenção e provar constantemente seu valor, seja na vida pessoal ou profissional, como se o mundo precisa-se olhar e reconhecê-la.
Como trabalho com treinamentos corporativos estou sempre em ambientes de grandes eventos, com palco, microfones, luzes, câmeras e muita ação, e esse cenário é um convite ao EGO porque é um lugar de exposição e status. Com muito frequência vejo atitudes e decisões sem nenhuma base lógica, simplesmente surge uma posição egóica que impõe o que quer para mostrar o seu lugar.
Por muito tempo e por muitas vezes, eu julguei essas pessoas e confesso que ainda hoje me incomoda bastante esse tipo de comportamento. Mas essa semana conversando com um grande amigo e um excelente profissional da área de desenvolvimento, ele me faz parar para pensar sobre o que estaria por traz dessa atitude que chamamos de “egocêntrica”.
Como sei que todo o comportamento carrega uma necessidade que precisa ser atendida, parei um tempo para pensar sobre o assunto. Não satisfeito ele ainda me colocou uma pergunta, será que essa necessidade de se valorizar não é uma tentativa de esconder algo ou minimamente suportar algo sobre si mesmo?
Eu curto muito quando alguém me faz parar para pensar e rever algumas verdades que tenho, é incrível poder enxergar o mundo por outras perspectivas. E nesse momento precisei parar meu julgamento sobre o EGO e aceitar que ele pode estar apenas protegendo de algo mais profundo.
Vou explicar: conheço pessoas realmente incríveis naquilo que fazem e não fazem nenhuma propaganda sobre isso. Conheço uma galera que conquistou muita coisa na vida e que não fica divulgando seus feitos. Sou filho, inclusive, de um cara que ajudou muita gente e quando ficamos sabendo foi através da pessoa agradecendo ou elogiando, mas nunca por ele. Ou seja, tem gente que faz e acontece e não precisa de propaganda, porque sabem de suas próprias competências e talentos, por isso não tem que provar nada para ninguém.
Partindo desse princípio ficou mais fácil para eu entender que o EGO vem a tona quando está diante de uma fraqueza. Esses momentos que as pessoas ficam se valorizando ou buscando reconhecimento, na verdade é uma necessidade de afirmação para si mesma, como se estivesse pedindo “digam que sou boa o suficiente, por favor”, é quase um grito de socorro. E detalhe, muitas vezes a pessoa já é muito competente, mas internamente há um sabotador que não permite se reconhecer, por isso precisa do outro.
Concluindo meu momento de reflexão e buscando melhorar meus comportamentos, sigo o exercício de controlar meu julgamento sobre esses EGOS que eclodem em alguns momentos e entender que por traz desse comportamento há uma necessidade eminente de autoafirmação, e tudo bem, até porque eu também tenho os meus momentos de buscar reconhecimento externo, espero não ser tão exagerado rsrs..
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Imagem 01: Eu sem fronteiras
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