Crítica: Extinção (Extinction) | 2018

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Está cada vez mais difícil classificar as chamadas “superproduções” da Netflix. Há cerca de duas semanas mesmo fui massacrado ao de certa forma elogiar o thriller apocalíptico Próxima Parada: Apocalipse (How It Ends) aqui mesmo no Portal do Andreoli, ainda que no próprio texto eu tenha reconhecido os defeitos da produção, que não são poucos. Mesmo produções anteriores do selo Netflix que flertam com o fantástico como a aventura Bright e a sci-fi Tau, caminham na linha tênue entre o assistível e o indigesto. Lembrando que você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli as críticas dos dois filmes citados.

E agora, com este Extinção (Extinction, EUA, 2018) não é diferente. Mais uma vez a Netflix investe em uma fantasia de resultado duvidoso repleto de prós e contras, numa produção que por pouco não foi terminada antes mesmo de começar. O filme estava originalmente sob a produção da Universal, até que o estúdio retirou Extinção de seu cronograma sendo que o filme chegou a ter sua estreia nos cinemas programadas para janeiro deste ano.

A Netflix então resolveu adquirir a produção, que conta com nomes de peso por trás das câmeras, como o do produtor executivo Eric Heisserer (roteirista do fantástico A Chegada, cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli). Contudo, Extinção claramente não se trata de um caso onde o talentoso elenco e criativo time de produção entregam algo que somente a Netflix teria visto e os executivos da Universal não; Extinção não chega nem perto de ser tão brilhante assim.

Os geralmente coadjuvantes de peso Michael Peña (da franquia Homem-Formiga, da Marvel), e Lizzy Caplan (de Cloverfield: Monstro), são aqui alçados a protagonistas da história de Peter (Peña), um pai de família e trabalhador cuja rotina mundana é interrompida por estranhas visões e um pesadelo recorrente onde ele perde sua família. À princípio, nem mesmo sua esposa (Caplan) acredita nele, e passa a pensar que o marido talvez esteja ficando louco. As coisas mudam de figura, entretanto, quando seu pesadelo se torna realidade com a invasão de uma força alienígena destrutiva pronta para aniquilar a vida em nosso planeta. Agora, lutando por sua vida e a de sua família, Peter busca em suas próprias visões uma forma de eliminar a ameaça e salvar o planeta.

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Curiosamente dirigido pelo australiano Ben Young, responsável por um dos filmes mais fortes e perturbadores de 2017, Hounds of Love (cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli), Extinção em nada lembra o trabalho anterior de seu diretor. O filme parece uma espécie de combinação de vários outros exemplares que envolvem o tema da invasão alienígena. Há pinceladas de filmes como No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014), Guerra dos Mundos (War of the Worlds, 1953/2005) e até do sub-avaliado Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (Battle Los Angeles, 2011), ainda que o filme esconda do público sua real proposta de maneira efetiva.

O elenco também dá uma ajudinha; Peña mais uma vez é carisma puro e seu personagem realmente evoca a empatia do público. Caplan empresta competência e beleza no papel da esposa, e o Luke Cage Mike Colter também dá as caras num papel secundário. Numa nota mais curiosa, quem também aparece é Erica Tremblay, irmã do garoto prodígio Jacob Tremblay, dos dramas O Quarto de Jack (Room, 2015) e Extraordinário (Wonder, 2018).

Resumindo, Extinção não é o filme que tirará a atual bronca dos assinantes com o sistema de streaming, mas para quem embarcar sem a mínima pretensão, até pode se divertir. O filme estreia HOJE, 27 de julho, no catálogo da Netflix.

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Respostas de 10

  1. Acabei de assistir o filme, e realmente é um LIXO. Roteiro estúpido, andamento arrastado, atuações de medianas pra ruins e crianças irritantes desafiando a paciência do espectador o filme inteiro. Fora isto, é clichê, clichê e mais clichê. Até o “elemento surpresa” do filme não consegue surpreender. Apenas explica as questões até então sem sentido. Não recomendo.

  2. Tava achando o filme lento, mas a reviravolta do mesmo me fez voltar a atenção a ele. Não é ruim. Precisava apenas ser mais ágil, coisa que, literalmente, as produções originais do Netflix peca em seus filmes, diferente das séries. São muito lentos e geralmente nao nos empolgam.

  3. Cara, sinceramente, nos primeiros 40 minutos do filme eu achei meio genérico, clichê a historinha de pai “ausente”, um dos filhos revoltadinhos, esposa segurando a barra em casa, no momento da invasão – coisas que já vimos antes em outros filmes até mesmo de outros gêneros – a atuação inicial foi até bacana mas senti meio travada, realmente robótica e é algo recorrente nos filmes da Netflix. No momento da invasão eu achei preciptada, gostei de alguns efeitos, a ambientação foi o que me chamou mais atenção nesse momento.
    No entanto, a partir dos 40 minutos, a trama começa a desenrolar e desperta ainda mais o meu interesse, o drama da fuga aumenta, a perseguição do invasor eu achei criativo e quando vem a verdade, fiquei feliz pela reviravolta, pela nova contextualização, pelos fatos ambientados, mesmo assim, parece um projeto com um orçamento baixo ou um filme meio que amador. Enfim, que achei que seria mais um genérico da Netflix e acabei quebrando a cara, gostei, não me arrependo em momento algum em ter assistido,recomendo inclusive.

  4. Eu gostei muito …..o filme trás a surpresa que o fato de que os robôs aparentemente são bons……..por essa ninguém esperava………por mais críticas que possam fazer ,
    aposto que estão tod os curios os pela continuação………

  5. Gostei do filme e recomendo. Confesso que achei a atuação de Lizzi um pouco fraca, e também tive vontade de “matar” aquela menininha chata, que parecia estar ali apenas para atrapalhar a fuga (rs). Mas no geral, eu gostei. A inversão dos papéis, que a história nos traz também é boa para nos fazer refletir sobre a robótica, pois eles (os robôs) já estão entre nós.E confesso que isso dá um pouco de medo. Será que algum dia a humanidade e suas criações irão se chocar entre si?

  6. É um filme de ficcao… Entao… Nao espere outra coisa… No final pensando bem no filme… A proposta é muito boa. O filme faz o que se propos… Te deixar com a visao invertida… O inicio.. sim lembra muito a guerra dos mundo com tom cruise… Mas a partir da tentativa de manter uma pessoa viva de uma forma esquisita… Tudo muda… E ai vc quer ver o final… Ou como chegamos nisso.

  7. a Netflix tem sérias dificuldades em produzir bons filmes.

    achei este um lixo total. não vi esses prós que você citou e fui sem expectativa alguma.

    ritmo errático, clichês ridículos, personagens fazendo tolices e uma reviravolta pra lá de exagerada.

    colossal perda de tempo.

  8. Achei o Filme, apesar de ser uma produção simples e num ritmo até lento, surpreendente! Recomendo sim e, principalmente sem ler nada de resumo,spoilers, etc… vá direto e assista!
    Curti demais!
    Fabricio (FF)

  9. Filme EXCELENTE! Crítica péssima! Verdadeiramente bizarro ver uma opinião dessas sobre uma produção tão espantosamente original, que de fato engana um pouco no começo justo para substanciar uma reviravolta inédita na história da TV ou Cinema. Desafio alguém a me mostrar onde essa premissa já tenha sido explorada ao menos em produções audiovisuais de grande repercussão.

  10. Realmente eu não entendo certas críticas, o filme traz uma embalagem genérica e constrói dentro desses aspectos recorrentes uma surpresa interessante. O plot twist é original, desperta questionamentos sociais atuais e tem ganchos que corroboram a história.
    Embora ele seja visivelmente barato e sem efeitos estimulantes, a originalidade da narrativa pelos olhos do Peter é bem massa, recomendo.

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