Crítica: Missão no Mar Vermelho (The Red Sea Diving Resort) | 2019

Missão no Mar Vermelho

Depois da fantasia policial Bright (David Ayer, 2017), protagonizada por Will Smith, do suspense Bird Box (Susanne Bier, 2018), estrelado por Sandra Bullock, e do thriller de ação Operação Fronteira (Triple Frontier, 2019), encabeçado por Ben Affleck, a Netflix investe em outra grande produção protagonizada por um A-Lister de Hollywood, aqui no caso o ex-Capitão América Chris Evans. O galã e ídolo da molecada já provou ser bom ator em produções menores como o drama Código de Honra (Puncture, 2011) e Um Laço de Amor (Gifted, 2017), cuja crítica está disponível aqui no Portal do Andreoli), e neste Missão no Mar Vermelho (The Red Sea Diving Resort, EUA, 2019), não é diferente.

O ator de 38 anos carrega a produção na base do carisma e de sua forte presença de cena, apoiado por nomes de peso no elenco de apoio, como Ben Kingsley (do thriller Night Hunter, cuja crítica também está disponível aqui no Portal do Andreoli), Greg Kinnear (Pequena Miss Sunshine, 2006), Michael Kenneth Williams (das séries The Wire e Boardwalk Empire), Alessandro Nivola (do drama Desobediência, 2017) e Haley Bennett (A Garota no Trem, 2016). Escrito e dirigido pelo ganhador do Emmy, o israelense Gideon Raff (das séries Homeland e Prisoners of War), Missão no Mar Vermelho é inspirado em uma série de eventos reais mas que aqui tomam a forma de uma cativante e emocionante história de espionagem, que revisita uma das maiores missões humanitárias de resgate da história mundial.

Utilizando-se de um estilo de filmagem que procura transportar o público para o início dos anos oitenta na Etiópia, Missão no Mar Vermelho acompanha os esforços de corajosos membros da comunidade Etíope e de agentes do Mossad (o serviço secreto do Estado de Israel, com sede em Tel Aviv), que tentam atravessar refugiados etíopes de um país devastado pelos horrores da guerra, até a fronteira de Israel, onde finalmente estariam em segurança. O local que dá nome ao filme, um resort abandonado no Sudão, serviu como o quartel-general da operação, que foi incrivelmente arriscada porém extremamente necessária, e liderada por um time de agentes infiltrados comandada pelo carismático Ari Levinson (Evans), e pelo corajoso cidadão local Kabede Bimro (Williams).

Com fortes influências de filmes como o vencedor do Oscar Argo (Ben Affleck, 2012) e o excelente Hotel Ruanda (Terry George, 2004), onde o suspense está embebido em um ambiente de turbulência política e social, Missão no Mar Vermelho agrada em cheio aos fãs deste tipo de produção. A situação inumana enfrentada pelas vítimas de todas as violentas rebeliões que inspiraram a concepção dos filmes citados acima e também deste Missão no Mar Vermelho sempre ressoa forte no emocional do público, assim como as ações dos heróis sem capa que frequentemente operam um papel pivotal no desenrolar dos acontecimentos. Foi assim com o negociador interpretado por Affleck em Argo, se repetiu com Paul Rusesabagina, personificado pelo ótimo Don Cheadle em Hotel Ruanda, e repete-se aqui não só na figura do facilitador interpretado por Evans, mas também na persona do líder comunitário interpretado por Williams, ambos ótimos em seus papéis.

A inacreditável missão, que foi batizada de “Operação Irmandade”, operou por terra, água e ar e durou cerca de cinco anos, é retratada com esmero técnico e fluidez dentro da narrativa. E apesar de dramatizar e romancear um pouco demais a crise dos refugiados em questão, Missão no Mar Vermelho é um válido esforço cinematográfico que valoriza o heroísmo dos envolvidos na missão frente à uma explosão incontrolável de violência. Em tempos onde o ódio anda tão à flor da pele onde quer que se vá, retratar um pouco de esperança nunca é demais.

Missão no Mar Vermelho estreia no catálogo da Netflix no dia 31 de julho.

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