Laura Villas Boas: Será que nós sabemos lidar com a partida?

É isso que eu tenho passado e eu vim compartilhar com vocês.

Eu cresci com um cachorrinho chamado Brutus, sempre arteiro, fazia xixi pela casa toda, mas sempre nos fez felizes. A idade foi chegando e os problemas de saúde aumentaram, até o estágio em que sabíamos que não havia mais nada a se fazer. Eu não queria acreditar que aquilo pudesse ser real. Por um instante quis que me beliscassem e falassem que estava tudo bem, que ele estava com saúde e feliz.

Ele teve que partir para descansar e isso parece que deixou uma ferida incurável no meu coração. Por parte eu entendo sua partida, todos nós cumprimos um propósito aqui e ele cumpriu o dele. Mas por outro lado eu sinto muita falta de tê-lo aqui comigo.

No momento em que eu saí do veterinário, não sentia minhas pernas e eu não tinha mais controle sobre o meu corpo. Entrei no carro e perante a minha visão tudo parecia se passar como a cena de um filme, lentamente. A primeira coisa que eu gritei foi “não!” e depois eu caí no choro. Não me importei com quem me olhava, como eu estava, não me importei com absolutamente nada! A dor consumiu o meu peito, uma dor insuportável. Eu sabia que ali era a última vez que nos veríamos. Mal conseguia respirar e olhar para um lugar fixo. Parecia o fim. Pra mim era o fim. Minha mãe entrou no carro, caiu no choro e foi assim o percurso todo até a minha casa. Quando chegamos, rapidamente sai do carro e cai na calçada de casa. Eu só chorava e meu pai me abraçou. Nós 4 chorávamos. Eu, meu irmão e meus pais. Doía, doía muito.

A dor de pensar que nunca mais o veria foi maior do que pensar que ele tinha parado de sofrer.

Na minha cabeça eu só conseguia me perguntar o porque de não ter aproveitado mais. Nunca passei por algo parecido na minha vida.

Depois de um tempo, ele veio até nós 4 e nos disse em ação que estaria aqui para sempre. Que seria a nossa luz por onde quem que nós fôssemos e aí eu finalmente entendi tudo.

Na adolescência nós começamos a entender o significado da vida e o que realmente nos importa. Hoje eu estou aqui para te ajudar e me ajudar a passar por momentos assim.

A partida dói, nós choramos, ficamos chocados por um tempo e então só depois “cai a ficha”. Se você é alguém que também está passando por um momento delicado, te convido a ler essa matéria até o fim.

Precisamos descansar nossos corações e entender que algumas pessoas precisam partir, talvez não da melhor forma, da forma que mereciam. Não quero trazer algo triste para vocês, longe disso! Quero que entendam isso do melhor jeito e mais leve possível.

Tenho lidado com isso, escutando canções felizes que me lembrem ele, vídeos engraçados que temos juntos e como ele me fez feliz. Essa é a melhor forma de lidar com a situação. Sabemos que ninguém jamais ocuparia o lugar daquela pessoa, mas também sabemos que aquela pessoa odiaria nos ver tristes. Parece fácil falar assim não é? Mesmo sabendo que essa vida um dia acaba, nunca estamos preparados para perder alguém. E tá tudo bem!

Essa matéria é uma homenagem a você, Brutinhos. Que sua história possa ajudar outras pessoas. Pensar que você não está aqui em carne mas sim em espírito, aquece meu coração.

Obrigada por ter feito parte da minha vida, você foi essencial e eu aprendi muito sobre o amor com você. Nunca me esquecerei de quem você foi e tudo o que viveu junto a mim. Está guardado para sempre em nossos corações.

Permita descansar e permita que os que necessitam descansem também. Precisamos dar apoio e paz aos nossos corações. A vida acaba, mas o amor não. Lembre-se daquela pessoa com um sorriso no rosto, como alguém que gostaria de te ver bem, e quer.

Te amaremos hoje, amanhã e sempre. Essa é uma homenagem da sua família humana. Nunca nos esqueceremos de você, tá bem? Nos ilumine sempre de onde estiver. Até logo, meu amor!

Laura Villas Boas

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Imagem: Freepik

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