Paty Santos: Quadro de medalhas do Brasil: retrospectiva

“Tomariam a lição que o pai não lhes deu, todos aqueles que praticarem esse “esporte” no leito das ruas e nos logradouros públicos”. – Decreto de Jânio Quadros, prefeito de São Paulo em 1988.

Quando vi que a primeira medalha desta Olimpíada veio do Kelvinho, após ele ter voado nos ares japoneses, depois de ter me emocionado demais (afinal, foi a primeira vez que de fato estava torcendo pra alguém numa competição de skate de rua), eu fiquei em êxtase. Como assim esta modalidade não estava nas Olimpíadas?

E aí, pra acabar com a gente de vez, vem a Rayssa de 13 anos esbanjando tranquilidade, fofura e capacidade para nos trazer também medalha de prata. Agora imagino quantas medalhas olímpicas ela pode colecionar, afinal, ela só tem só TREZE aninhos.

É Jânio, “os marginais” venceram e este “esporte”, entre aspas, atravessa oceanos e nossos atletas influenciam outros a sonharem e a chegarem onde estão hoje. O mundo dá voltas, não é mesmo? Agora cá entre nós, é muito pra mim aquele skate no corrimão, saltos com ele grudado nos pés ou quando não, a pessoa voltar pra ele de novo. Demais! 😂

Falando das nossas medalhas, o bronze do judoca Daniel Cargnin só me fez ter ainda mais certeza de que meu futuro filho vai lutar por livre espontânea pressão, só não sei se tenho coração pra vê-lo lutar, porque se fico do jeito que fico vendo uma luta (independente de qual modalidade), imagine se é com um filho meu.

O outro bronze veio de um jovem de 23 anos. Fernando Scheffer, eu estava com ele até meia metade, da metade daquela piscina enorme. Depois eu perdi o fôlego, mas que bom que ele continuou e quando eu tinha certeza que chegaria em segundo, uma amiga no grupo me disse que ele havia chegado em terceiro. Fiquei brava com o delay da minha TV, mas, lição aprendida, alinho antes o tempo da competição para não ter spoiler antes.

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Ah!…e ontem só deu ele…o cara da Baía Formosa no Rio Grande do Norte, que começou a surfar na tampa de uma caixa de isopor. Ele que trouxe o primeiro OURO do surfe nas Olimpíadas. Sim pessoas, como que não tinha surfe antes, também?

Queria final brasileira? Sim, mas não deu pro Medina. Um dia a gente ganha, outro perde e está tudo bem. O Ítalo representou demais…nossa, eu me emociono muito, porque não é sobre uma medalha de ouro, não é sobre um atleta representando nosso país, é sobre SONHO. É sobre passar um filme na cabeça dele, é sobre lembrar da avó que se foi em 2019, é sobre não querer o bronze e sim, o ouro. É sobre manter firme e com determinação mesmo com a principal prancha quebrada. É sobre nunca desistir do seu sonho. Ítalo, obrigada.

E por aqui, fechamos nosso quadro de medalhas (até o fechamento desta edição). Virão muitas aindaaaa…🙏 e  Deus está vendo você ficando de madrugada vendo as competições e acordar atrasado (a)  pro trabalho no dia seguinte, viu? hahaha.

Até semana que vem. Olimpíadas, te amamos. ❤

 

Paty Santos

**O conteúdo e informação publicado é responsabilidade exclusiva do colunista e não expressa necessariamente a opinião deste site.

Imagem: Bola Vip

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Respostas de 2

  1. 1) desculpa ser a amiga do grupo que te contou do terceiro lugar.
    2) é impressionando que já era disputado PING PONG e TIRO antes de Surf e Skate.
    3) saudades olimpíadas Rio <3

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