A espiritualidade do encontro humano: Feliz Aniversário, Sophia!

Olá meus amigos queridos,

No fim de semana, celebramos o aniversário da minha filhinha linda de 11 anos. Parabéns, Sophia! Muitas felicidades e muitos, muitos anos de vida!!

Eu já escrevi sobre a Sophia várias vezes no Portal. Eu já escrevi sobre o fato de ter sido um nascimento dificílimo de mais de 30 horas de parto.

Fonte: Arquivo Pessoal

Eu ainda me lembro quando nos primeiros meses da Sophia, eu me pegava com lágrimas nos olhos ao pensar na tensão, e nas inúmeras incertezas e dificuldades que passamos na maternidade de Saint Petersburg, na Flórida.

Fonte: Arquivo Pessoal

Enquanto eu escrevo este texto, a Sophia está tocando piano na antiga cidade romana chamada Vienne, aproximadamente 30 quilômetros de Lyon. Ela está fazendo parte de uma orquestra que se apresenta na semana do Jazz.

Enquanto eu escrevo este texto, estou pensando na ótima e excelente notícia que ela recebeu um dia antes do seu aniversário. Ela foi selecionada entre dezenas e dezenas de crianças para participar do grupo de teatro musical da escola. Parabéns, Sophia!

A nossa jornada espiritual se faz no encontro humano.

A nossa jornada espiritual tem a ver com aqueles que estão bem pertinho de nós também. A nossa jornada espiritual acontece no chão da nossa casa.

A teologia só faz sentido quando deixamos a Torre de Marfim e tocamos em gente, abraçamos e somos abraçados. Os nossos diplomas acadêmicos e muitas horas de solitude apenas se tornam em espiritualidade concreta e visceral quando há o encontro humano.

Centenas de páginas e livros não nos ensinam a sentir compaixão do aflito e do cansado.  Teses e dissertações no campo da filosofia, sociologia ou psicologia jamais nos ensinarão a fazer leituras de seres humanos. Eu aprendo a fazer leituras de seres humanos quando eu decido passar honesta e genuinamente tempo com eles e intencionalmente me coloco na posição de sentir a dor do outro.

Eu aprendo a fazer leituras de seres humanos quando eu decido ouvir as suas necessidades com empatia e me ofereço como abrigo ao que se sente sozinho e sem direção.

O encontro humano pode ser com o estranho e com aquele que se encontrava bem distante do nosso bairro, da nossa cidade natal, nos chamados “confins do mundo”. Mas, e sobretudo, o encontro humano acontece com mais visceralidade quando tem a ver com gente que nos conhece bem de pertinho.

Gente que tem a ver com a nossa casa e sabe quem somos, não há como se esconder deles. Não há camuflagens, eles sabem dos nossos erros, das nossas imperfeições e das nossas ambiguidades humanas. Não há púlpitos na sala de jantar. Não há perfil de Facebook ou Instagram com Photoshop quando temos que tomar decisões com aqueles que dividem o mesmo teto que nós.

Nesta semana onde celebramos mais um ano de vida da Sophia, o meu coração se enche de gratidão pela possibilidade de existir e ser pai. Aliás, não há nenhum outro papel mais forte na existência e que seja tão próximo do amor incondicional de Deus por cada um de nós. Assim eu me sinto hoje como pai. Um privilégio indizível!

Eu deixo você com esta simples homenagem para a Sophia, tanto quanto eu te convido a fazer esta viagem da espiritualidade do encontro humano a partir de cada refeição que você tenha com a tua esposa, a partir de cada oportunidade de dobrar os joelhos com a tua filha antes dela ir para a escola, a partir de cada chance de orar com o teu marido, e a partir de cada encontro humano que você tenha com gente que faz parte do teu horizonte imediato.

Até a próxima!