Lições de Vida em Uma Gravata Borboleta

Bom dia, meus queridos amigos!

Há 44 anos, papai se formava em Contabilidade na Faculdade São Judas Tadeu, em São Paulo, no conhecido bairro italiano da Mooca.

Hoje, ele e a minha mãe me contam sobre o esforço monumental que foi cursar a universidade todas as noites, enquanto trabalhava de manhã e à tarde — e como a minha mãezinha e vovó Luiza cuidavam de mim e da minha irmã, ainda crianças, durante aquela jornada.

Pois bem, apesar de receber o CRC, do curso técnico, da formatura e de uma carreira de muitos anos como contador (inclusive do Sr. Emílio, dono da própria São Judas), o seu diploma nunca havia sido retirado. Os anos passaram, e o ritmo da vida deixou para trás as memórias da universidade, deixou para trás as pizzas da conhecida Pizzaria São Pedro que já estava na Mooca, deixou para trás alguns capítulos enquanto novos se acumulavam — entre obrigações contábeis, família, contas para pagar, escola das crianças, cuidar do vovô e da vovó, entre muitos outros papéis.

Mas eis que, na semana passada, recebi a notícia: papai finalmente pegou o seu diploma, 44 anos depois! Você pode acreditar? Você já imaginou a felicidade?

Olhei a foto e, acreditem se quiser, ele foi buscá-lo usando a mesma gravata borboleta da formatura. Quem conhece o papai sabe que ele guarda até hoje as notas fiscais de equipamentos de som, vitrolas, compassos e outros “tesouros” — a nossa casa em Atibaia tanto quanto em São Paulo se tornaram uma espécie de museu impecável de relíquias que, quem sabe, já valem uma fortuna!

Há alguns dias, ele me disse, animado, que recebeu um convite da faculdade para uma pós-graduação. Eu já não duvido de mais nada! Estou esperando receber mais notícias de que ele realmente decidiu colocar o pé nesta nova aventura!

Em dezembro, completará 80 anos!

Antes de ontem me disseram, ele e a mamãe, que começaram a aprender italiano no Duolingo. Que maravilha!

Parabéns, papai, pelo diploma e por essa energia que te move a viver um dia de cada vez.

Parabéns, papai, pela idoneidade, caráter e seriedade de uma carreira honesta e bem-sucedida.

Parabéns, papai, por mais essa conquista que coroa a tua perseverança e a tua jornada de “assentar um tijolinho de cada vez”.

Não há atalhos na vida. O único caminho é o da paciência, perseverança e fé.

A vida é um bumerangue: quem busca atalhos acaba se esfolando, trocando “os pés pelas mãos”. Nunca, nunca é tarde demais. Enquanto respirarmos, amarmos e transformarmos cada suspiro em gratidão, teremos força para seguir.

Como diz o Salmista: “Alegrai-vos, porque este dia — esta semana — foi feito pelo Criador para nós.”

Ele nos dá o privilégio de andar, sorrir e viver.

Uma ótima semana a todos,

Fábio

Collonges-au-Mont-d’Or