Bom dia meus amigos queridos,
Eu cada vez mais fico perplexo ao observar os fenômenos da natureza.
Você já parou para pensar nas dimensões do Universo, no barulho das ondas inquietas tanto quanto na incontável manifestação de pássaros no céu e na diversidade de peixes e algas no mar?
Você já parou para pensar nas múltiplas cores das flores e dimensões de árvores e troncos que nos cercam?
Eu vejo toda hora pessoas que não percebem nada disto.
Eu vejo toda hora pessoas tão ocupada que não são capazes de ouvir o canto dos passarinhos que lhes visitam todas as manhãs.
Eu vejo toda hora pessoas que podem ir ao mar, e não enxergarão nada, não ouvirão nada, não sentirão nada, tamanho é o nível de ansiedade e preocupação que habitam os seus seres.
Eu talvez tenha começado esta jornada serene e perceptível quando morei no Japão e os detalhes de tal grandeza e meticulosidade me cercavam diariamente ao olhar o imponente Monte Fuji da varanda de casa na cidade de Fujisawa ainda que estivesse a quilômetros de distância do chamado “pé do monte”.
Eu talvez tenha começado esta jornada quando intencionalmente comecei a ouvir cada passarinho que se aproximava de mim, cada montanha que me convidava para um minuto de silêncio, cada brisa que trazia sossego para o meu possível descontentamento, e cada manhã que me inspirava a fazer uma oração de gratidão pela vida e existência.
De modo que cada vez mais eu me emociono ao observar a imensidão das montanhas que me cercam, o barulho dos rios que viajam por dentro dos países europeus, e a troca meticulosa das estações do ano que dançam, dançam e alegram aos passarinhos que se movimentam de acordo com o ritmo desta ininterrupta dança.
A cadeira está posta, você quer se sentar?
A música está tocando, você quer dançar?
O Universo está te convidando, e te faz uma proposta. Você pode lhe dar uma resposta?
Tem gente que está tão ocupada que a natureza pode fazer o barulho que for, eles estão pré-ocupados o suficiente para não serem perturbados tamanha é a ocupação constante.
Eles estão perdendo a oportunidade de fazer uma viagem que está pra além do que se vê, lê, ouve e se sente. É a viagem da Espiritualidade por meio das coisas criadas pelo Criador.
Esta viagem pode te levar a sentir o frio de cada inverno e o calor de cada verão com olhares de ternura e alegria.
As folhas no chão colorindo os lindos parques no outono poderão te fazer sorrir tanto quanto as flores no alto das árvores podem pintar uma tela nas ruas estreitas ou largas da tua cidade que carregarão a ternura divina da primavera do Amor.
Pois bem, eu estou falando do fenômeno natural do eixo da rotação da Terra que se inclina aproximadamente 23,5 graus para a direita em relação a órbita do Sol e 23,5 graus para a esquerda.
Ora, tal variação ocorre a cada 26.000 anos e traz o equilíbrio necessário e estável para as estações do ano.
E mais ainda, o Sol se encontra a 150 milhões de quilômetros da Terra. Você sabia disto?
Quem de nós acorda pensando nestes números e no fato do Sol permanecer sem se mover um pouco mais próximo ou um pouco mais distante da Terra?
Quem de nós acorda pensando que tal processo potencialmente pode ocorrer ?
O Sol mais próximo nos faria viver uma calor insuportável tanto quanto o Sol mais distante nos congelaria.
Nenhum de nós pensamos nisto. Todavia, ele está lá fazendo o seu trabalho solar.
Nem eu tampouco penso nisto. No entanto, a orquestra dos astros e das estrelas seguem incessantemente a sinfonia natural enquanto o nosso irmão Sol nos agracia a cada manhã com a sua luz, e a nossa irmã Lua nos canta canções de ninar cada noite.
Isto posto, desde os meus dias de Japão, a natureza ganhou páginas e páginas no meu coração para me trazer serenidade à minha alma, apaziguar o meu ser em dias de ansiedade, e sobretudo, ela me faz pensar no Criador.
Aliás, a natureza desde sempre foi palco de uma observação atenta e estupefata das civilizações mais antigas da história humana: muitas destas civilizações consideravam a natureza como algo divino ou no mínimo habitada por forças sobrenaturais. Os gregos, romanos, aborígenes, egípcios, povos de ilhas distantes e quase inacessíveis olhavam para o ambiente natural — montanhas, rios, florestas, animais — como manifestações divinas.
Na tradição cristã, nós temos os celtas que diziam que a Natureza era a Catedral de Deus. Francisco de Assis dizia que a revelação divina era feita através do Livro da Natureza que permitia a todos os seres humanos verem as obras de Deus. O Salmo 19, segundo a tradição judaica-cristã nos faz o mesmo convite nos ensinando que os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Isto posto, eu te convido a brindar com cada amanhecer e se juntar ao coral dos passarinhos quando você perceber algum deles te convidando para cantar no dia chamado HOJE.
Eu te convido a silenciar-se diante da brisa que sopra e traz a melodia da serenidade e a quietude da meditação.
Eu te convido a ser este ser humano cheio de gratidão pelo inexplicável e indizível, pelo Universo em expansão e abraçar com carinho cada estação do ano que é regida pelas mãos invisíveis deste Regente que conhece cada nota, cada tom, e cada melodia da natureza, tanto quanto do teu coração, desde sempre e para sempre, Amém.
Fábio
Lyon
