Conheci Carlos Alberto Torres em meados de 82, antes da Copa do Mundo da Espanha. Foi uma dura derrota, mas o Capita me confidenciou que era melhor ver um time daqueles, do que um horroroso ganhando a Taça.
Essa era a filosofia dele. Bola para frente, time ofensivo. Ele era um jogador assim e, dessa maneira, foi o maior lateral direito no mundo. Sem comparações com os de hoje.
Como técnico, levou o Flamengo ao título brasileiro de 83 e sempre foi polêmico dentro e fora das quatro linhas.
Da última vez que nos encontramos, no Rio de Janeiro, onde morávamos na época, fiz uma entrevista memorável com ele, que disse o que queria e que estava desapontado com os rumos do futebol nos clubes, em 2000. Tinha razão. O talento foi substituído pela brutalidade e preparo físico. Uma pena, achava meu amigo “Capita”.
Na saída, ele me deu uma fita cassete de presente, com um resumo da sua vida profissional, autografada por ele.
Na verdade, a imagem que fica na minha memória de garoto, sempre será a do grande Carlos Alberto Torres, beijando e levantando a Taça Jules Rimet, no México em 70. Ele que era o capitão de uma seleção campeã mundial, que nunca mais teremos na vida.
Assim como nunca mais teremos um “Capita”, como meu amigo!!!!!