Andrea Ignatti: Era uma vez…

bola

Era uma vez… uma bola. Um bola que rolava pelo país inteirinho e viajava por países vizinhos.

Uma bola que se divide incansavelmente entre os campeonatos estaduais, a Copa do Brasil, a Libertadores e a Sul-Americana. Que faz o monitor da TV moderna se agigantar em polegadas, diminuir em espessura e dividir-se em tantas telas pra permitir assistir a tudo isso ao mesmo tempo.

Você assiste a tudo e não perde nada.

Mas seu time joga e nem sempre ganha.

De gol em gol, vão deixando o campeonato. Não é esse o ditado?

Perdem a bola, fazem perder a paciência, perdem a cabeça, perdem o juízo, perdem o tempo de bola, perdem a graça, perdem pênalti e pedem falta, fazem perder a esperança de conquistar o campeonato, perdem o campeonato, perdem o tênis, perdem jogador, perdem a vergonha na cara, mas não têm desculpa para perder o VT do jogo que passa em horário alternativo na TV de mil e uma telas — e assistir mil e uma vezes como foi que perdeu tanta chance de gol. Por que, por que “deu tanto perdido” na bola?

Faça as contas: quantos gols perdeu seu time na última partida?

O Corinthians perdeu pênalti na Sul-Americana. Certo? Mas — ufa!, estão dizendo — Cássio não perdeu o jeito e defendeu pênalti também. E veio aí a classificação para a próxima fase.

O Atlético Mineiro fez gol na última partida pela Libertadores? Que nada! Mas tinha vantagem por causa do jogo de ida.

O Botafogo não perdeu tempo e avançou na Copa do Brasil.

O Palmeiras, pelo jeito, não vai querer perder o Ricardo Goulart.

Como foi o São Paulo na Libertadores? Como vai indo no Paulistão? Perdendo gol, treinador, esperança?

Perdeu as contas? Não perca o siso. O jogo segue. A bola ainda rola.

O outro ditado (esse, sim, verdadeiro) diz: “Perca o sono, mas não o sonho” — e eu completo: de ver seu time classificado. (Mas não perde gol, por favor!!!)

Os menos poéticos dirão: perca o amigo com a desclassificação do time dele, mas não perca piada.

Não perca o próximo jogo!

Uma resposta

  1. É bem assim mesmo. A tecnologia de transmissão possibilita ver e rever os lances, mas se o jogo não for bom, com jogadores bem preparados, a tecnologia não salva – pelo contrário, salienta as jogadas ruins. Parabéns pelo texto!

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