César Sacheto: Script cumprido

O trio de ferro (Palmeiras, Corinthians e São Paulo) confirmou o favoritismo nas quartas de final do Campeonato Paulista. Todos passaram pelos oponentes – times de menor expressão – como era esperado e aguardaram a definição do quarto semifinalista (a vaga é disputada entre Santos e Ponte Preta).

 

O São Paulo obteve a vitória mais elástica e, dessa forma, afastou um pouco da desconfiança de muitos em relação ao elenco e ao próprio técnico Rogério Ceni. Sim, o comandante já começava a ouvir os primeiros acordes das trombetas pelos lados do Morumbi. As constantes falhas da defesa, a demora para definir o goleiro titular e os vacilos do ataque em alguns jogos estavam deixando os tricolores desconfiados. Mas o placar de 5 a 0 sobre o Linense, neste sábado, no Morumbi, deixou todos mais otimistas quanto ao futuro desse grupo são-paulino.

 

Ja o Palmeiras fez o seu papel contra o Novorizontino. Venceu por 3 a 0, sem dar sustos na torcida. O time mostrou segurança e avançou com duas vitórias e manteve a vantagem de decidir em casa a classificação para a final do Estadual. A dupla Guerra-Borja funcionou mais uma vez, Dudu e William Bigode deixaram as suas marcas e o Verdão segue como um dos favoritos ao título, especialmente pela qualidade do elenco e a campanha que faz até aqui na temporada.

 

Para o Corinthians, a classificação veio com um pouco mais de emoção. Após o empate em Ribeirao Preto num jogo fraquíssimo contra o Botafogo, o time alvinegro venceu, em Itaquera, por 1 a 0. E foi daquele jeito que o corintiano está acostumado, depois de muita luta e sofrimento. O Timão continua aquém do esperado e depende demais de Jadson e Rodriguinho. Se observarmos, os últimos jogos foram definidos por um desses dois jogadores. Acho pouco para o Corinthians. Especialmente se pensarmos que o time tem toda a temporada pela frente. Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão requerem mais jogadores de qualidade no elenco. Imaginem quando um desses dois não puder jogar por contusão ou suspensão?

 

O Santos, bi-campeão paulista, clube que esteve em praticamente todas as finais da última década no Estado, também ainda nao engrenou em 2017. O técnico Dorival Júnior e alguns jogadores são constantemente questionados sobre as críticas de parte da torcida. O Peixe parece a beira de uma crise, apesar de ser o atual vice-campeão brasileiro, disputar a Copa Libertadores e ter um elenco de qualidade. Penso que o problema na Vila Belmiro seja mais psicológico do que técnico. O grupo precisa deixar o “mimimi” de lado e partir pra cima dos adversários. E o Lucas Lima poderia oferecer uma recompensa para quem encontrar a alma dele, perdida há algum tempo.

 

Na verdade, os estaduais são apenas um aperitivo sobre o que os grandes estão fazendo para as principais competições. Fato. Mas a rivalidade regional conta muito e um fracasso pode custar o projeto de uma temporada inteira. Como dizem por aí, o Estadual pode não valer nada, mas serve pra derrubar técnico e fazer jogadores caírem em desgraça com a torcida.

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