Antes tarde que nunca: “Elefante branco” em Copa do Mundo está com os dias contados. Uma promessa da FIFA para os próximos mundiais. Rússia e Qatar ainda vão seguir com o método do dinheiro jogado fora.
Depois do que vimos no Brasil e após as inúmeras denúncias de corrupção, a entidade máxima do futebol mundial promete regras contundentes para acabar com os chamados “elefantes brancos”, estádios construídos com preços exorbitantes e que não deixam nenhum legado após o mundial de futebol.
Para citar um exemplo clássico, o Brasil construiu quatro estádios que hoje não têm praticamente utilidade, pelo contrário. Despesas enormes e retorno zero em contrapartida ao alto investimento que foi feito: Arena da Amazônia, Arena Pantanal, Estádio Mane Garrincha e Arena das Dunas são exemplos de elefantes brancos.
Agora, um país candidato pode perder o direito de sediar um mundial se não conseguir comprovar a utilização de seus estádios após a copa, o chamando legado.
Serão estabelecidos critérios técnicos para avaliar cada projeto de estádio. A FIFA nunca se importou nada com isso. Aprovava os projetos dentro do seu padrão de exigência e dane-se o que fazer com eles depois.
Agora promete agir diferente. Não dá mais para mudar o que está feito. Então Rússia 2018 e Qatar 2022 seguirão o modelo tradicional. Levanta uma Arena em três ou quatro jogos do mundial e se vira depois que os holofotes se apagarem.
A regra nova vai valer para depois disso. Em 2026 há um consórcio de três países interessados em sediar a copa: México, Canadá e Estados Unidos. O Marrocos também quer.
As regras vão seguir diretrizes específicas com notas em cada item avaliado. Os estádios e seus projetos de utilização terão peso de avaliação de 35% do total. Se o interessado não conseguir provar a ocupação e utilização de determinado estádio depois da copa, não passa pela aprovação.
A FIFA tem um estudo que comprova: um estádio só consegue ter média de público de 19 mil pessoas se a cidade onde ele está ou for construído tiver uma população de cinco milhões de habitantes. Fora isso, irá se tornar obsoleto.
Muito bom que a FIFA despertou. Tanto dinheiro que foi para o ralo, não teria ido. Antes tarde que nunca. Mas não deveriam se esquecer de investigar os tantos desvios em obras megalomaníacas de que enriquecerem muitos de maneira ilícita. Ainda que isso possa doer na própria carne.