Cillo: O último voo do Falcão, “rei das quadras”

Falcão

O melhor de todos os tempos, nas quadras, agora é só uma lembrança. A sensação é muito parecida com o adeus de Pelé dos gramados.

Aos 41 anos de idade, ele decidiu deixar o futsal depois de mais de duas décadas exibindo um talento ímpar.  Era o rei das quadras. E até poderia ter trilhado um caminho nos campos. Jogou no São Paulo. Mas Emerson Leão, treinador a época, não deu o espaço que ele precisava para progredir. Mas isso é o que menos importa agora.

Foram 401 gols em 258 partidas pela seleção brasileira. Um deles, o que mais marcou. Ele teve paralisia facial e estava no banco de reservas contra a Argentina em 2012, nas quartas de final da copa do mundo da Tailândia. O Brasil perdia por dois a zero.

Entrou no jogo. Por conta da invasão de um torcedor, teve o olho ferido. Era o olho que estava livre da paralisia, ou seja. O olho bom. Voltou para o banco. Mas insistiu para voltar ao jogo. Voltou. Fez dois dos três que a seleção precisava para avançar. Avançou e levantou a taça. Aquele foi o quinto título mundial da seleção desde que a FIFA passou a organizar a competição. São sete conquistas brasileiras no total. E muito por conta do craque Falcão.

Não há substituto para ele nas quadras, em nenhuma parte do mundo. Como não houve substituto para Pelé, em qualquer parte do planeta. Por isso, a aposentadoria de Falcão deixa uma mistura de orgulho e tristeza. Orgulho por ter sido um craque brasileiro, mais um. Tristeza, porque chegou a hora do adeus.

No jogo de despedida precisava reverter o placar contra o Corinthians. Em casa, o Magnum Sorocaba tinha sido derrotado por 7 a 3. Com um gol de Falcão, a equipe do interior venceu por 5 a 3. Mas na prorrogação o empate sem gols levou o alvinegro a conquista da Liga Paulista.

O jogo de despedida foi sem derrota. Foi com uma hora e meia de paralisação a espera de um árbitro. Quem apitava o jogo se machucou.

O jogo de despedida terminou sem a taça mas com Falcão sendo levado nos braços da torcida adversária para o vestiário.

Um ídolo que se sobrepôs à qualquer rivalidade. Conheci Falcão. O suficiente para afirmar que sua humildade é do tamanho de sua habilidade.

Um craque que deixa o futebol das quadras mais “normal”. Com ele, era magia.  O muito obrigado é pouco por tudo o que ele fez pelo esporte, pelos seguidores que conquistou, pelos amigos que fez, pelos fãs que conseguiu fazer se apaixonar por esse esporte tão praticado no país.

Quem viu, se encantou.

Quem não viu, perdeu.

Eu estou na primeira turma. Assisti ao vivo, assisti pela tv. Assisti sem me cansar.  Era um gênio. Os adversários sabiam. Só não conseguiam detê-lo.

O Pelé das quadras vai fazer falta. Mas, Falcão, obrigado por tudo o que fez pelo esporte!

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