Nivaldo de Cillo: O emblemático tropeço de Tite

Talvez tropeçássemos historicamente se Tite não tivesse assumido o comando do Brasil nas últimas eliminatórias. A nossa Seleção correu, sim, o risco de ficar fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez. Não ficamos, não tropeçamos. Tite é a razão principal para isso, queriam ou não.

Assim, o tropeço de Tite ao comemorar um dos gols da vitória brasileira contra a Costa Rica, pode se tornar tão emblemático. Antagonismo total, não? Penso que não. Foi o tropeço da alegria, do dever cumprido, do plano traçado.

Uma Copa do Mundo é eternizada por momentos. O sorriso de Valdir Peres na Copa de 82, após sofrer o gol da União Soviética – depois ganharíamos o jogo de virada; o “ninar” de Bebeto ao comemorar gols na Copa de 94; a bola na trave e nas costas do goleiro Carlos, na disputa de pênaltis nas quartas de final contra a França na Copa de 86 – gol que ajudou a nos eliminar do mundial, e por aí vai. O tropeço de Tite poderá eternizar-se positivamente nesta Copa de 2018.

Tite tropeçou naquele que pode ter sido a primeira vitória brasileira rumo ao hexacampeonato no mundial da Rússia. Um imagem para o futuro, para quem sabe, simbolizar uma trajetória. Sem Tite não teríamos o tropeço – dele mesmo – contra os costarriquenhos e, talvez nem a chance de estar nessa disputa.

Na quarta-feira, outra vez, estaremos em campo. Sob a batuta do treinador que, no psicológico, fez Fagner jogar a vontade, sem ao menos um treino entre os titulares – subsistiu Danilo, machucado. Tite moldou seus titulares a sua maneira – queiram ou não; estanca o exibicionismo da estrela maior, Neymar; deu a braçadeira de capitão, no último jogo, ao zagueiro Thiago Silva – o mesmo da copa de 2014, e que para muitos estaria renegado a partir dos 7 a 1 alemão.

Tite tem feito de Philippe Coutinho uma referência em um Brasil em que os adversários só enxergam Neymar e sua habilidade – excessiva retenção de bola – e a extravagância na hora de sofrer faltas.

O treinador que tropeçou de alegria vai nos comandar contra a Sérvia, nos levará as oitavas e, queriam os astros do futebol – nos leve as quartas, semifinal e a grande decisão do título. Só assim, os tropeços e sua sequência, poderão justificar a história de um líder vencedor. E Tite já provou que pode ser esse personagem, mais uma vez.

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