Sacheto: A camisa pesa…

O Corinthians encaminhou – para não dizer conquistou – o emblemático título do Paulistão 2017. A histórica decisão contra a mesma Ponte Preta que, há 40 anos, esteve na final que tirou o Timão da fila de 23 anos sem título, está praticamente resolvida. Só uma hecatombe impediria o Corinthians de levantar a taça em Itaquera. E será a primeira vez que o clube alvinegro disputará uma final de campeonato na sua arena – já houve jogos decisivos, mas não uma final.

O jogo desde domingo, em Campinas, mostrou que tradição, história e camisa contam muito em um momento crítico. O time corintiano, tão criticado pela falta de qualidade durante o campeonato inteiro, jogou como nunca. Foi inteligente, calmo, preciso. Como se espera de um elenco que veste uma camisa tão importante quanto a do Corinthians.

A Ponte Preta, que atropelou Santos e Palmeiras nas fases anteriores, foi o oposto. Apesar do chamado fator campo, do apoio de sua torcida, se apequenou. A forte equipe ponte-pretana não deu trabalho para o goleiro Cássio. Jogadores como Potkker e Lucca, que faziam uma grande campanha até aquele momento, não conseguiram desenvolver todas as suas habilidades. Parecia que tropeçavam nas próprias pernas. O clube mais antigo do Brasil, quatro vezes vice-campeão paulista perdeu no peso da camisa.

Sobre o jogo, podemos destacar a atuação decisiva daqueles que mais esperávamos: Rodriguinho, Jádson e Jô. O primeiro foi mortal, fazendo dois gols e dando o passe para Jádson, camisa 77 – em homenagem à conquista histórica de 13 de outubro de 1977 -, fazer o dele. Jô também foi fundamental. Deu passe para um dos gols e fez o trabalho de pivô perfeitamente.

O time comandado por Gilson Kleina não teve forças para mudar o panorama da partida. Não conseguiam trocar três passes sem perder a bola. Também não tiveram competência para armar uma boa jogada de ataque sequer. As alterações feitas pelo treinador também não surtiram efeito. E, depois do segundo gol, a equipe afundou de vez. Até mesmo nomes experimentados como Renato Cajá e Abelha, ambos que estiveram no elenco vice-campeão de 2008 (última decisão de estadual, perdida para o Palmeiras), não tiveram capacidade de orientar os demais. Foi um fiasco total.

No próximo domingo, os corintianos jogarão apenas para cumprir tabela. Ficarão mais ansiosos com o relógio do que com as investidas do adversário. Será um dia para a nação corintiana festejar os ídolos atuais e do passado. Claro que é preciso respeitar a camisa da Ponte Preta e a honra dos jogadores, mas o título é fato consumado.

Pessoalmente, fico feliz pelo homem que é o responsável pela virada na história centenária do Corinthians: João Roberto Basílio. Ele recebeu o apelido de Pé de Anjo exatamente pelo gol mais que chorado que fez aos 37 minutos do segundo tempo da terceira partida daquela final de Campeonato Paulista.

Como acredito que nada na nossa existência ocorra por acaso, tenho certeza que esse ser humano educado, sábio, humilde e amoroso é novamente um pouco responsável por mais este título para a galeria alvinegra devido à sua aura. Será o 28º trofeu estadual do Timão – 28 era a idade dele quando se tornou imortal no futebol. Parabéns Basílio, você merece. E parabéns a todos os corintianos. Curtam essa conquista e brinquem muito com aqueles que duvidaram da força desse time  (eu, inclusive) e do seu técnico, Fábio Carille, que está se consolidando como um dos bons nomes da nova geração de treinadores.

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