A Chapecoense é uma grata surpresa neste início de Brasileirão e termina esta quarta rodada como líder após bater o Cruzeiro – sempre fortíssimo em casa – no Mineirão. Seis meses depois da queda do avião que matou quase todo o elenco e parte da diretoria do clube, além de jornalistas e tripulação, o clube está encantando o País. Sem mudar a filosofia do “um degrau por vez”, a Chape está colocando gigantes endinheirados no bolso.
O time catarinense foi um duro adversário do próprio Cruzeiro nas oitavas de final da Copa do Brasil e vendeu muito cara a vaga – a arbitragem também contribuiu. E conseguiu se classificar em campo naa Libertadores. Não fosse o episódio Luiz Antônio, a equipe estaria na fase de mata-mata na competição sul-americana. Devemos também enaltecer o trabalho do técnico Wagner Mancini, que parece se recuperar de algumas temporadas sem brilho.
Por falar em treinadores, a rodada do Campeonato Brasileiro custou mais um emprego: Dorival Júnior não está mais no comando do Santos. Ele não resistiu à derrota no clássico para o Corinthians, a segunda seguida no torneio. Considero uma grande bobagem da diretoria santista a decisão de demitir o técnico. Dorival era o treinador mais longevo no Brasileirão até hoje. Poxa, o clube foi campeão paulista e vice no Brasileiro em 2016, está classificado na Copa do Brasil e na Libertadores. Não vejo motivos para a mudança da comissão técnica. Futebol é imprevisível e quem entra de sempre traz um novo ânimo, aquela velha história da vassoura nova. Mas acho essa demissão tremendamente injusta.
O Palmeiras, apontado como time a ser batido no ano, continua patinando. Mais uma vez, frustrou a torcida ao somente empatar com o Atlético Mineiro em casa. O time até fez pressão, chutou bola na trave, mas desperdiçou mais um pênalti e chegou ao quarto jogo sem vitória (sendo três derrotas). E o Borja, de novo, fracassou. Roger Guedes, mais uma vez, foi mal. Egídio, fraco. Tchê Tchê também. As peças que antes funcionavam, agora não acertam. E o técnico Cuca também compartilha da má fase dos seus comandados. O Atlético, aliás, também segue devendo.
No São Paulo, imagino que o torcedor se sinta frustado – por esperar mais após a grande vitória no Choque-Rei – com a derrota para a Ponte Preta, em Campinas. A queda interrompe um início de recuperação no campeonato que vinha acompanhado de uma certa paz para o elenco e o técnico Rogério Ceni. Agora, precisamos saber como o time reagirá. Enquanto isso, a Ponte vai fazendo o seu papel. Já complicou neste começo para Atlético-MG e São Paulo. Apesar das perdas que o plantel vice-campeão paulista sofreu, parece que o clube campineiro vai conseguir reconstruir o grupo e pode até sonhar em beliscar alguma coisa.
Para concluir, penso que dois times mereçam elogios pelo bom momento. Primeiramente, o Corinthians. Apontado como qusrta força do futebol paulista, a equipe faturou o estadual e começa muito bem o nacional. O técnico Fábio Carille está conseguindo tirar o melhor de um elenco apenas mediano. E o atacante Jô segue fazendo inúmeras línguas arderem no fogo. Já o Grêmio, preterido nas apostas pelo título brasileiro – só se falava em Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro – vai se consolidando na temporada. Esse time vai dar mais alegrias aos seus torcedores.