Críticas à parte pela demissão de Rogério Ceni, o São Paulo acertou ao trazer Dorival Júnior para comandar o time no restante da temporada. Trata-se de um nome experiente o suficiente para recolocar o time tricolor nos trilhos. Pelo menos para evitar o rebaixamento.
A explicação do presidente são-paulino, Carlos Augusto de Barros e Silva, Leco, para a saída do ídolo dos torcedores – alguém que ele usou para ganhar a eleição no clube – foi vergonhosa. Dizer que ofereceu todas as condições para o técnico e classificá-lo como aposta (era óbvio antes) foi uma prova de falta de caráter e de traição por parte do dirigente.
Por mais que Rogério tenha errado no comando da equipe, Leco não pode jogar a responsabilidade somente para o treinador, que precisou lidar com as constantes negociações de jogadores importantes e as reposições abaixo do nível.
Mas Ceni também deve fazer uma autoavaliação sobre a sua primeira experiência nesta nova profissão. Ele foi confuso, não conseguiu definir um padrão de jogo para a equipe e demonstrava, em suas declarações públicas, desconexão com a realidade. O detalhamento de estatísticas de jogo sem reconhecer os resultados ruins o expuseram praticamente ao ridículo.
Tenho dúvidas se Rogério terá a humildade necessária para admitir que deu um passo maior do que poderia alcançar quando aceitou treinar um gigante. Pensou que a sua história como ídolo e seus conhecimentos como jogador bastariam. Obviamente, se equivocou.
Agora, Dorival tem a missão de aliviar o coração tricolor que não quer ver o time do coração terminar o ano amargando um inédito descenso. Ele é experiente e parece ter o perfil conciliador. Provavelmente, será bem aceito pelo elenco. Penso que foi uma boa escolha e tomada no momento certo. Se demorasse mais, talvez o prejuízo pudesse ser ainda maior.