Sacheto: Rodada surpreendente no Brasileirão

A terceira rodada do Campeonato Brasileiro derrubou alguns conceitos – ou pré-conceitos – sobre clubes vistos como candidatos ao título e outros que foram marginalizados em quase todas as análises feitas em relação à competição até aqui. Palmeirenses estão desconfiados com o time. São-paulinos e vascaínos têm dificuldade para fechar o sorriso.

 

No sábado, o Palmeiras – badalado pelo título na temporada passada, a boa campanha na fase de grupos da Copa Liberadores e pelas contratações milionárias – foi derrotado pelo São Paulo de Rogério Ceni, até então bastante criticado pelo fraco rendimento. Os 2 a 0 aplicados pelo time tricolor, que mantiveram o tabu de 15 anos sem vitórias do Alviverde no estádio do Morumbi, mostraram que o técnico Cuca ainda não conseguiu resolver a oscilação no desempenho do Palmeiras. Oscilação que custou o cargo de Eduardo Baptista, não nos esqueçamos.

 

É fato que algumas mexidas foram feitas pelo treinador, que titulares não atuaram, mas a qualidade das peças de reposição palmeirenses não permitem que o time seja tão inferior quando atue com “reservas”. Afinal, o discurso da diretoria – e da patrocinadora – era o de trazer vários jogadores para ter mais de uma boa opção em cada posição. Não está dando certo. E o principal nome do time, Miguel Borja (carregado por torcedores quando desembarcou em São Paulo), já sente o som das cornetas palestrinas.

 

No Rio, outro patinho feio do campeonato aprontou. O Vasco fez valer a força de jogar em São Januário e ganhou o clássico contra o Fluminense por 3 a 2, de virada, com Luis Fabiano deixando mais uma vez o dele e gol no finzinho da partida. A torcida vascaína vibrou muito e com razão, pois quase todo mundo dá o clube como um dos candidatos ao descenso. Entretanto, jogando em casa, o Vasco mostrou que vai dar trabalho e pode sim almejar uma boa colocação no campeonato.

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O Corinthians, que começou a temporada apontado como time que não chegaria longe, já alcançou a ponta do Brasileirão. Graças à vitória sobre o Atlético Goianiense, no Serra Dourada, mais uma daquelas que o torcedor já se acostumou – 1 a 0 minguado – e à virada sensacional do Sport sobre o time reserva do Grêmio, em Recife, por 4 a 3.

 

O jogo na Ilha do Retiro foi alucinante e ressuscitou o atacante André, que saiu quase escorraçado do Timão. Apelidado maldosamente por alguns de André Balada, o jogador fez três gols e mudou a história da partida. E olha que o Sport estava precisando de uma boa vitória, após a perda da Copa do Nordeste, no meio de semana, para o Bahia.

 

Bem, voltando ao Corinthians, temos que admitir: o técnico Fábio Carille está conseguindo extrair o melhor de um elenco avaliado apenas como mediano. Jô, Rodriguinho e Jádson estão fazendo uma grande temporada até aqui. Outros jogadores também cresceram de produção e o goleiro Cássio se recuperou da má fase. Muitas línguas estão tostadas agora.

 

Sobre o Santos, seria injusto fazer críticas após a derrota para o Cruzeiro, mesmo que tenha ocorrido na Vila Belmiro. O jogo foi bastante equilibrado. O time criou poucas chances, mas é compreensível devido à falta do seu armador principal, Lucas Lima (contundido). Dorival Júnior escolheu o colombiano Vladimir Hernández para a função, mas sabe-se que é um quebra-galho. O atacante não tem a mesma qualidade para pensar o jogo do camisa dez santista.

 

Aliás, Santos e Corinthians farão o próximo clássico paulista no Brasileirão, no próximo sábado, em Itaquera. A segunda derrota do time santista no campeonato e a boa fase corintiana são ingredientes que apimentam esse confronto.

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