Victoria Salemi: Os refletores se apagaram

Mas o Santos não. Antes de o clássico contra o Corinthians ser paralisado no segundo tempo por causa da falta de luz, o Peixe pressionava, tentando reverter a desvantagem de 1 a 0. Várias bolas colocadas na área buscando o fundo da rede do goleiro Cássio até que tudo se apagou.

Agora vou pedir por um momento que nos coloquemos no lugar dos jogadores. Imagine que você sai para dar uma corrida na rua, se exercita por 20 minutos e é obrigado a parar por quase 40. Que vontade daria de voltar todo esse tempo depois com o mesmo vigor? Foi mais ou menos o que aconteceu no clássico. Aos 20 do segundo tempo acabou a luz e, então, mais de meia hora de espera até que a energia elétrica voltasse.

Até então, no primeiro tempo, o jogo tinha sido equilibrado, com um Corinthians muito mais preciso na finalização e merecidamente à frente no marcador. Na segunda metade, o Santos começou pressionando.

À primeira vista, a paralisação poderia prejudicar o time. Mas não foi o que aconteceu. Jair Ventura mexeu bem no Peixe e a equipe retornou com o mesmo vigor para pressionar. Acabou conseguindo um empate e empolgou a torcida. O Santos poderia até ter virado se o árbitro tivesse dado um pênalti no fim da partida. Impossível, no entanto, falar em erro crasso do juiz ao marcar falta, uma vez que, pessoalmente, ficou difícil dizer se o lance aconteceu dentro ou fora da área.

Clássico com cara de clássico, com jogo dinâmico, golaço de Renê Júnior pelo Timão, primeiro gol de Diogo Vitor com a camisa do Peixe e rivalidade até o último minuto – basta ver as provocações que Romero e David Braz trocaram nas entrevistas pós-jogo, o corintiano chamando o Santos de time pequeno e o santista fazendo alusão ao rebaixamento do Corinthians no Brasileirão de 2007. O espetáculo fez valer a pena ter ido ao Pacaembu, mesmo com a chuva e a falta de luz.