A primeira fase do Campeonato Paulista acabou sem grandes surpresas em relação aos times classificados. Entre os quatro grandes, nenhum vexame de ficar de fora das quartas. Mas, no momento do jogo, um deles surpreendeu.
Dentro de campo, o São Paulo começou a partida com o mesmo jeitão que vinha se apresentando com Dorival no comando, apesar de André Jardine ter mudado bastante a escalação. Primeiro tempo levando gol e o empate, só com gol contra do Red Bull Brasil mesmo.
Mas, no segundo tempo, a equipe do Morumbi reagiu. Jogou com vontade e, como há muito tempo não acontecia, marcou três gols em um jogo. Com Diego Aguirre no camarote, já observando seus novos atletas, o São Paulo mostrou ao professor que há com o que se trabalhar.
O problema é o que acontece extra-campo. O técnico uruguaio pode ter êxito se puder trabalhar da forma como achar melhor, com o respaldo da diretoria. Quem acompanha o futebol, no entanto, sabe que não é improvável que a pressão vinda de cima interfira no desempenho de Aguirre. Ou a tentativa de pressão, porque o novo treinador do São Paulo não costuma atender a esse tipo de apelo. Só o tempo dirá como essa dinâmica vai funcionar.
Voltando à partida de domingo, outra surpresa, dessa vez fora de campo. O protesto das torcidas organizadas do tricolor foi pertinente. Não reclamou de jogadores ou de técnicos, culpou quem deve responder pelo momento do São Paulo, a diretoria. Além disso, outro ponto notável foi a decisão de não assistir à partida e respeitar aqueles que preferiram entrar no Cícero Pompeu de Toledo. Basta lembrar do primeiro jogo da semifinal da Libertadores de 2016 em que, essas mesmas torcidas organizadas criaram confusão com os torcedores que preferiram deixar o estádio antes do término da derrota do São Paulo para o Atlético Nacional por 2 a 0.
Que as atitudes do time e da torcida se repitam, para que o tricolor paulista possa voltar a jogar bola e para que cenas de violência não continuem acontecendo nas portas dos estádios.