Daiany Barbosa: Como degustar vinhos

Todos merecem conhecer um pouco desta técnica que é a arte de degustar vinhos, para assim poder aproveita-los em sua totalidade. No entanto, de forma preconceituosa, difundiram a ideia de que esta “difícil prática” era somente para alguns privilegiados.

A degustação, como artifício que é, não deve ser utilizada como meio de exibição ou de demonstração de dotes excepcionais. Degustar, na verdade é beber com atenção. A degustação requer sim concentração, técnica, experiência, imaginação e memória. Mas, além de tudo isso, requer também paixão e qualquer um que tenha paixão por vinhos pode vir a ser um grande degustador.

O ideal é que os vinhos sejam degustados em um local adequado, com boa iluminação e livre de odores, tomando-se o cuidado de servir o vinho em taças adequadas para cada tipo, existe um padrão ISO/INAO, que são encontrados em boas lojas especializadas. As taças vêm em diversas variedades de formas e tamanhos, mas para quem está começando, a regra básica é lembrar-se de que você deve usar taças maiores para vinhos tintos e menores para vinhos brancos e na sua correta temperatura de servir.

A degustação é dividida em três fases: análise visual, análise olfativa e análise gustativa, exatamente nesta ordem. Preencha ¼ da taça e antes de iniciar deve-se estar atento para a maneira de segurar a taça. Sempre a segure pela base ou pela haste e nunca pelo corpo do copo, para não alterar a temperatura do vinho e também para não sujar o copo, dificultando a visualização do vinho.

Alguns vinhos precisam ser decantados ou, seja, “respirar” sendo exposto ao ar depois de aberto para adquirir o melhor sabor possível. Por isso, seja paciente e observe o vinho antes de começar a bebê-lo.

Então, vamos lá! Inspire brevemente o vinho. Esse é um bom momento para sentir o aroma desde já, para compará-lo à fragrância que se exibe depois de girar a taça. Isso ainda permitirá que você identifique quaisquer odores indicativos de um vinho deteriorado ou outras imperfeições biológicas ou químicas, que apresentarão um cheiro rançoso ou apodrecido.

Gire o vinho na taça. Isso é feito para expandir a área superficial do vinho, espalhando-o pelo interior da taça e permitindo que o aroma saia da solução e chegue ao nariz. Isso ainda permite alguma entrada de oxigênio no vinho, o que ajuda a abrir os aromas dele. Em um bom vinho, procure pelo equilíbrio. Existe algum sabor que se coloca acima dos demais? Você é capaz de detectar os mesmos sabores que foram inspirados, agora que o colocou na boca?

Bons vinhos são equilibrados, de modo que não agridam as papilas gustativas. Você poderá sentir duas a três frutas diferentes, uma mescla de doce e azedo e algumas propriedades terrosas. Perceba o sabor que permanece depois de bebido o vinho. Por quanto tempo ele se mantém? Um sabor que dura por 60 segundos ou mais é um bom sinal de qualidade.

Para acompanhar os vinhos durante a degustação, recomenda-se apenas água mineral (com ou sem gás) e pão francês simples, que devem ser consumidos entre um vinho e outro. Com o tempo, experimentem combinar os vinhos com novos ingredientes sempre observando como isso aprimora ou deprecia os sabores. Sinta-se livre para beber qualquer variedade que o agrade com qualquer alimento de sua preferência, mas lembre-se de que desfrutar de uma combinação perfeita é uma experiência verdadeiramente inesquecível.

Outra coisa muito importante é anotar a sua impressão do vinho e o quanto gostou dele. Quanto mais específico ou detalhado você for, melhor será a sua referência com respeito ao vinho similar de uma vinícola diferente. Isso é excelente e me ajuda muito a prestar atenção nas substâncias presentes no vinho e a me lembrar do que mais agradou o meu paladar.

Uma coisa que sempre faço é degustar pelo menos dois rótulos diferentes, para poder compará-los, e não se preocupe se as suas preferências forem diferentes daquelas das pessoas ao seu redor. Todos têm seus próprios gostos e predileções.

Uva de hoje

Viognier – É uma uva relativamente rara, cultivada na região de Condrieu, ao norte do Rhône, na França. Atualmente, já é cultivada no Languedoc, na Austrália e na Argentina. Tem alto teor de álcool, baixo nível de acidez e é bastante aromática: pêssego, damasco e gengibre.

 

 

*Fonte: Vinhos, O Essencial; Santos, José Ivan

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