Para quem ainda não aprecia essa bebida fascinante que é o vinho, saiba que desvenda-la é uma experiência maravilhosa e sedutora. E para quem está iniciando neste universo, conhecer mais profundamente a grande variedade de sabores e aromas pode ser muito interessante, e não é necessário estudar horrores pra desfrutá-la. Precisamos ter vontade e curiosidade. Saiba que as pontuações em vinhos ajudam muito quando estamos começando a entender sobre este apaixonante mundo.
Para o consumidor do dia a dia ou iniciante, o sistema de pontuação auxilia a diminuir a possibilidade de erro na escolha do rótulo, afinal, são muitas as opções nas prateleiras das lojas. O objetivo do sistema de pontuação é padronizar a classificação de vinhos por meio de pontos atribuídos conforme a qualidade oferecida por cada rótulo. Essa espécie de avaliação permite que os especialistas conceituem, de forma positiva ou negativa, a qualidade oferecida pelo vinho, de acordo com o sabor, o aroma e o aspecto visual.
A avaliação de alguns críticos especializados no mundo do vinho influencia muito no mercado, inclusive sobre o preço final deles.
A classificação que atribui aos vinhos notas de 50 a 100 pontos é a mais comum. Publicações especializadas e famosas como a The Wine Advocate (do respeitado crítico americano Robert Parker), a Wine Spectator, a Wine Enthusiast e a Wine & Spirits, por exemplo, utilizam esse sistema. Cada uma delas apresenta um significado específico para cada pontuação; porém, basicamente, a intenção geral é sempre a mesma.
O crítico Robert Parker é sinônimo de inovação nessa área. Ele desenvolveu o sistema de 100 pontos, que foi amplamente aceito e passou a ser utilizado por outros avaliadores. Os vinhos avaliados no sistema de 100 pontos começam com nota 50. Em seguida, a avaliação credita pontos para as características visual, olfativa, gustativa e para o potencial de envelhecimento e o nível geral de qualidade.
No sistema de 100 pontos, as pontuações são divididas nas seguintes categorias:
Excepcionais – 96 a 100
Excelentes – 90 a 95
Muito bons – 80 a 89
Médios – 70 a 79
Abaixo da média – 60 a 69
Inferiores e inaceitáveis – 50 a 59
Outros críticos e publicações preferem a classificação por estrelas, como a revista inglesa Decanter e o Le Guide Hachette des Vins, da França. A pontuação vai de 1 a 5 estrelas, sendo que: 1 estrela representa um vinho aceitável; 2, um vinho bom; 3 estrelas são dadas aos vinhos recomendados; 4, para vinhos altamente recomendados e 5 para os vinhos espetaculares.
É importante ressaltar que para que o serviço de pontuação seja competente, é necessário que os avaliadores tenham muita credibilidade e autoridade junto não somente aos empresários, vitivinicultores e lojistas, como principalmente aos consumidores. Afinal, a avaliação do vinho através de atribuição de notas feita por um crítico ou publicação renomada pode, no caso de positiva, alavancar suas vendas, sendo responsável por seu sucesso no mercado, bem como, se negativa, pode destruir sua reputação e transformá-lo em um vinho malfadado.
Os vinhos pontuados são relevantes, porque todos eles apresentam uma qualidade acima da média, incluindo os que possuem pontuação abaixo de 90, que podem nos revelar grandes surpresas, entretanto, não devemos esquecer que o melhor vinho é aquele que agrada o nosso paladar e gosto, independentemente da pontuação, fama ou preço. Um vinho com alta pontuação, por maior que seja não vai necessariamente agradar a todo mundo. Assim como é perfeitamente aceitável gostar de um vinho mal pontuado. O importante é entender o significado dos sistemas de pontuações e saber que eles existem para que os apreciadores possam se guiar em um mercado tão amplo.
Curiosidades: Enólogos chilenos criaram um livro anual para avaliação de vinhos da América do Sul chamado de “Guia Descorchados”. Inicialmente, a proposta era analisar vinhos do Novo Mundo, visando entregar aos apreciadores um guia de rótulos das regiões andinas, passando pelos mais baratos até os mais caros. E um método muito usado aqui no Brasil e adotado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) é o de Giancarlo Bossi. Esse enólogo italiano criou uma ficha de degustação que se refere ao exame visual, olfativo e gustativo.
Uva de hoje
Petit Verdot – A Petit Verdot é, dentre todas as uvas bordalesas, a que mais tempo leva para chegar à maturação. Normalmente, ela é usada para dar estrutura e cor nos cortes de Bordeaux e tem sido, ultimamente, uma das maiores febres mundo a fora. Muitos países investiram nessa casta e, hoje, podemos encontrar deliciosos Petit Verdot na Argentina, Chile, Califórnia, Austrália e, principalmente, Espanha.
Seus vinhos costumam ser muito escuros, densos, com aromas de fruta negra madura e boa carga floral, com destaque para violetas. No palato, apresentam sempre muita força, personalidade e pungência. Nunca espere, por exemplo, de um Petit Verdot puro, elegância, mas, sim, sempre potência e força.