Iramaia Loiola: Querido Vinho no velho e novo mundo

Querido Vinho,

Eita friozinho bom que amanheceu hoje! Claro, sou muito grata por poder me agasalhar, ter o que colocar à mesa e nosso vinho para aquecer corações e mentes. Dá para dar aquela relaxada e esquecer um pouco as agruras da vida. Recomendo!

Hoje quero falar um pouco sobre uma garrafa que degustamos semana passada. Um francês da região de Bordeaux. Uma coisa que fazemos é procurar informações do vinho que estamos consumindo porque somos curiosos. Acredito que nós, os vinhólatras, temos esse hábito pelo fascínio que essa bebida secular exerce. Tantas particularidades e tanto a se aprender. 

Minha coluna não tem a intenção de ensinar, mesmo porque não estou apta a fazer isso. Então, são apenas curiosidades que temos e trago para vocês. Longe de querer esgotar o assunto, muito pelo contrário. É para dar uma pincelada e se você ficar curioso, ou busca mais ou bebe mais. Vai do seu gosto..rsrs

Quando começamos a consumir vinhos, vamos pelas uvas. Pelo menos, para mim, foi assim. Você aprende as principais, toma várias garrafas delas e elege tuas preferidas. Se você já é um apreciador, provavelmente ouviu falar de Merlot, Cabernet Sauvignon, Carménère, Pinot Noir, Malbec, Chardonnay, e por aí vai. E para os menos abastados, na categoria em que também me incluo..hahaha, os vinhos do Novo Mundo são mais acessíveis. Encontramos melhores vinhos num preço que cabe no bolso, comos os chilenos, argentinos, etc. Por Novo Mundo, entenda que são os países que começaram a produzir vinho tempo depois dos grandes produtores que estão no Velho Mundo. Alguns exemplos são: Novo Mundo →  além das Américas, países como Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Velho Mundo →  Europa, alguns países da Ásia Ocidental e o norte da África.

Nos rótulos, aos quais estamos mais acostumados, ou, pelo menos, eu estou, constam sempre: safra, origem, nome do vinho, produtor, tipo de uva, graduação alcoólica (aliás, quanto mais, melhor..haha). Então, se você encontrou informações completas assim, trata-se de um vinho do Novo Mundo.

No Velho Mundo, há bem menos informações no rótulo. Geralmente constam somente a origem ou nome das regiões DOC (Denominação de origem controlada) e o produtor. E agora, José? Como sei se vou gostar desse vinho? Não sabe. Tem que provar. (risos)

Falando das minhas experiências próprias, inclusive já disse em algumas colunas anteriores, tenho a impressão que os vinhaços da Europa, de países como a França, Itália, Espanha, Alemanha, são um pouco mais caros, infelizmente. Não se compra um bom, por exemplo, por 40,00. É de 60,00 pra frente. Às vezes, por sorte, temos as promoções para nos ajudar a levar um desses aí.

Falando um pouco das regiões da França, há 3 principais:

  • Bordeaux – principais uvas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot

  • Bourgogne – principais uvas: Chardonnay, Pinot Noir

  • Champagne (região mais fria onde se produzem vinhos e espumantes) – principais uvas: Chardonnay, Pinot Noir, Pinot Meunier

A região de Bordeaux é separada pelos rios Dordogne e Garonne. Na margem direita, a principal uva utilizada é a Merlot, portanto os vinhos são mais suaves e na margem esquerda, a principal é a Cabernet Sauvignon, portanto, vinhos mais encorpados e com tempo de guarda-maior.

O que tomamos, o de Bordeaux, era um blend das principais uvas, o que tradicionalmente é feito por lá. A garrafa é belíssima com desenhos em relevo. Produtor: Laville Pavillon. De 5 estrelas, a classificação conforme o site Vivino, era de 3 estrelas. Demos 4 estrelas. Paladar encorpado com taninos maduros e sedosos. Com acidez um pouco elevada, para o meu gosto. Estou acostumada com vinhos frutados e encorpados. Teria que treinar meu paladar, assim como treinei meus ouvidos a gostar de música clássica. Mas haja grana! Hahaha

Aliás, em linhas bem gerais, os vinhos do Velho Mundo são mais delicados e com aromas rústicos, enquanto que no Novo Mundo são mais frutados, com uma explosão de aromas. 

Outro dia assisti a um vídeo de um sommelier que, indicando algumas das melhores uvas na opinião dele, mencionou a Malbec, mas não a argentina (que ele também adora) e sim a francesa da região de Cahors. Nunca tomei. Pretendo um dia. Poder comparar a mesma casta, porém de lugares (terroirs) totalmente distintos e claro, poder comparar essa uva que tanto apreciamos aqui no Novo Mundo com àquela original, afinal as principais que conhecemos são francesas, certo?

Gente, volto com este assunto na próxima coluna, falando um pouco mais dos grandes vinhos, que tal?

Para harmonizar vinho & música, especialidade da casa, vamos de Black Pumas que conheci esta semana. Optei por um vídeo que é um mini concert de 30 minutos. Então som na vitrola, vinho na taça, cobertor nos pés, deixa rolar o som e o tempo. Aprecie a vida, o presente, o aqui e o agora. Cheers! Até semana que vem. Cuidem-se!

Black Pumas – Full Performance (Live on KEXP)

Imagem: Freepik.

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