Dos 36,9% dos brasileiros que passaram 3 horas ou mais por dia nas redes sociais, 43,5% possuem diagnóstico de ansiedade. É o que aponta o relatório “Panorama da Saúde Mental”,
Relação entre redes sociais e saúde mental
o uso das redes sociais pode apresentar efeitos deletérios que impactam negativamente a saúde mental. Estudos já associaram a utilização excessiva de redes sociais a problemas de autoimagem, a menor interação social presencial, a maior exposição ao cyberbullying, a alterações no sistema dopaminérgico de recompensa e ao medo de não estar inteirado dos acontecimentos.
Além disso, o uso excessivo de redes sociais está relacionado ao aumento da prevalência de depressão e ansiedade. Recentemente, um estudo da Faculdade de Saúde da Universidade de York, no Reino Unido, mostrou que mulheres que fazem uma pausa no uso das redes sociais tem
uma melhora significativa na autoestima
e imagem corporal.
Outra pesquisa, realizada por cientistas da University College London (UCL), mostrou que adolescentes viciados em internet passam por alterações cerebrais que podem levar a mudanças de comportamento e ao aumento nas tendências de dependência — definida como a incapacidade de uma pessoa resistir ao impulso de utilizar a internet, impactando negativamente seu bem-estar psicológico, bem como a sua vida social, acadêmica e profissional
Os sites e aplicativos trouxeram inúmeras facilidades, mas seu uso deve ser feito com cautela, já que podem deixar seus usuários propensos a desenvolver problemas psiquiátricos, como o transtorno da ansiedade.
Redes sociais aumentam estresse e ansiedade
“O uso das redes sociais como único ou principal meio de comunicação pode aumentar o estresse, muito por não permitir uma comunicação total com trocas adequadas, cara a cara, mas igualmente por manter o usuário muito tempo utilizando os eletrônicos”.
O resultado desse uso exagerado é um indivíduo mais ansioso e estressado. Alguns sinais podem ajudar a indicar quando as redes sociais deixam de ser um hobby e podem se tornar um problema. “Quando se passa muito tempo nelas, quando sente necessidade de checar constantemente se alguém fez contato, deixando de curtir o momento, seja uma conversa pessoal ou deixando de sair”.
O uso intenso de redes sociais causa isolamento.
O isolamento é outro problema causado pelas redes sociais. Um estudo feito por psicólogos americanos e publicado no Periódico Americano de Medicina Preventiva detectou que o uso destas plataformas por mais de duas horas aumenta consideravelmente as chances dos internautas se sentirem isolados. Os pesquisadores concluíram que as redes sociais expõem as realizações de outras pessoas, despertando sentimentos de exclusão e inveja.
A melhor maneira de evitar esses problemas é não exagerar. As redes sociais existem para facilitar o início da comunicação, quando não é possível falar com alguém devido à distância ou em situações em que o contato precisa ser feito rapidamente. As redes sociais não podem substituir o contato pessoal, nem as atividades sadias do cotidiano, como sair com os amigos e praticar exercícios físicos
As redes sociais causam ansiedade?
As redes sociais causam ansiedade tanto nos adultos quanto nas crianças e adolescentes.
Nos adolescentes e adultos, principalmente, pelo fato de promoverem apenas aspectos fragmentados da vida das pessoas, com imagens sempre de felicidade e sucesso, o que muitas vezes não corresponde à realidade das pessoas. Essa faixa etária também tem mais elementos para a comparação de vidas.
“As redes sociais impõem um ideal. Você vê ali pessoas e fotos incríveis, se compara com aquilo e não considera sua própria realidade e nem sabe o que acontece nos bastidores da vida daquelas pessoas que aparentam felicidade na rede. Cuidado com isso, tenha mais tempo para o real”.
Já com relação às crianças, os jogos e as redes em excesso acabam por expô-las à violência e até mesmo a conteúdos de caráter sexual. Por isso, é importante os pais acompanharem de perto e impor limites.
A diretriz da Sociedade Brasileira de Pediatria também orienta os pais que evitem a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, mesmo que passivamente. No caso de crianças com idades entre 2 e 5 anos, o tempo de telas deve ser, no máximo, de uma hora por dia. Para adolescentes, o ideal seria de duas ou três horas por dia e para todas as idades nada de telas durante as refeições, desconectando uma a duas horas antes de dormir.
Se a pessoa já acorda checando suas mensagens ou se leva o celular para a cama antes de dormir, além de prejudicar o sono ela pode estar sofrendo de uso excessivo das redes sociais, o que reflete traços de dependência e ansiedade.
Levantamento da Comscore mostra que o Brasil é o 3º país que mais consome redes sociais no mundo. São 131.506 milhões de contas ativas. Destas, 127,4 milhões são usuários únicos nas redes sociais (96,9%).
Saúde mental e transtornos
A presença em um ambiente virtual que é constantemente agressivo ou tóxico, pode desencadear transtornos como ansiedade, depressão, dependência digital, baixo autoestima, transtorno do sono, entre outros.
Uso saudável e ajuda profissional
“Para utilizar as redes sociais de maneira saudável é importante definir limites, seguir conteúdos e pessoas positivas, evitar comparações ruins, controlar o tempo gasto on-line e equilibrar com atividades fora da internet, desenvolver habilidades emocionais e buscar apoio profissional caso sinta que as redes sociais esteja afetando negativamente sua saúde mental.”
Bacharel e licenciada pela Universidade Gama Filho. Especializada em Psicologia Médica: Transtornos mentais e psicoterapia. Além de ser psicóloga clínica, psicopedagoga, mentora, escritora e palestrante motivacional. Experiente no trabalho com autista e outros transtornos
desenvolvimento pessoal, profissional, psicopedagogia e grupos terapêuticos.
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