Se o leitor reside em condomínio, tenho uma pergunta séria a lhe fazer:
“Você deixa a chave de seu apartamento com algum funcionário do prédio?
Se a resposta foi sim, aconselho continuar a leitura, pois o conteúdo de ordem prevencionista vai fazer bem para sua segurança.
Na véspera do Natal/2022, a empresária Gabriella Camello estava dormindo em seu quarto em edifício localizado no bairro de Copacabana/RJ. Por volta das 7h30 foi acordada em razão de leve barulho. Ao abrir os olhos deparou-se com cena chocante.
Relata a moradora, que o zelador do edifício estava na frente de sua cama com o pênis para fora da calça e se masturbando. Sua reação foi um grito! Imediatamente, o funcionário, às pressas, deixa o apartamento.
Imagens do circuito de câmeras do edifício mostraram o zelador, momentos antes da invasão ao apartamento da moradora. Ele estava com o pênis para fora da calça e se tocando, corroborando, assim, a versão apresentada pela vítima.
Boletim de ocorrência sobre os fatos foi registrado pela vítima; o devido inquérito policial foi instaurado e o zelador demitido.
Mas a questão principal desse relato é a seguinte:
“Como o zelador conseguiu entrar no apartamento de Gabriella se a porta não foi arrombada?” A própria moradora relatou à imprensa que os moradores de seu condomínio têm o hábito de deixar chave reserva da unidade na portaria, pois os colaboradores acabam fazendo pequenos reparos nos apartamentos, além de deixarem encomendas quando da ausência deles.
Muita comodidade, mas pouca segurança!
Quem reside em prédio acaba tendo maior sensação em relação a segurança e o contato diário com os funcionários do local gera ambiente de confiança.
Pedidos de pequenos favores a porteiros e zelador, estreitam, ainda mais, essa relação de amizade e com isso o tema segurança acaba ficando de lado.
É bastante comum moradores deixarem chaves de suas unidades na portaria para serem entregues a empregados domésticos ou até mesmo prestadores de serviço. Não podemos esquecer dos condôminos que deixam cópia da chave do apartamento embaixo do tapetinho no hall do andar para que o doméstico possa entrar na sua ausência ou para não ser acordado pela manhã. É de se lembrar, que chaves podem ser copiadas em menos de 5 minutos em chaveiro próximo de seu edifício. Chaves mais simples podem ser modeladas em pedra sabão e reproduzidas posteriormente.
É preciso entender, que a porta do apartamento é a barreira física que impede que pessoas indesejáveis adentrem em seu lar.
Não poderia deixar de mencionar que tem morador que sequer passa o trinco na porta por acreditar viver num verdadeiro paraíso de segurança.
Por outro lado, em razão de meu trabalho como consultor de segurança condominial, posso asseverar que uma parcela pequena de moradores se preocupa realmente com a possibilidade de invasão, o que os leva a fazer investimentos em segurança.
A medida mais robusta é a substituição da frágil porta de entrada por porta anti-arrombamento.
Outra solução, mais em conta, é a substituição da fechadura existente, que costuma ser demasiadamente simples e frágil, por fechadura de alta segurança com chave que dificilmente pode ser copiada em chaveiros de bairro.
Muitos moradores têm optado pelas fechaduras eletrônicas com acionamento através de digitação de senha ou biometria digital, pois assim eliminam as chaves da unidade.
Mas o mais comum são os trincos e ferrolhos internos, que são uma segurança a mais quando o morador está no interior do apartamento.
Caro leitor, espero que a presente matéria o faça refletir sobre a segurança de seu apartamento e, consequentemente, o incentive a promover mudança de hábitos em relação a chave de sua unidade e que avalie investir em equipamentos de segurança para proteção da porta residencial.
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Demais imagens: Jorge Lordello Consultoria