Jorge Lordello: Conto do Vigário digital

Diariamente, somos bombardeados através dos meios eletrônicos com tentativas de golpes digitais. Não importa a plataforma ou veículo de comunicação, o certo é que vai chegar algum tipo de proposta tentadora que na verdade trata-se de armadilha para levar algum tipo de vantagem ilícita.

Um dia desta semana, ao abrir minha caixa de e-mails, apareceu a seguinte mensagem:

“Meu nome é sra. Kathrine Rafael, sou uma mulher de negócios cidadã costa-marfinense nascida em 7 de outubro de 1961. Tenho uma missão para você no valor de $ 4.800.000,00 (Quatro milhões e oitocentos mil dólares dos Estados Unidos), soma que pretendo usar para caridade. Fui diagnosticada com câncer de mama e disse ao médico que sinto que vou morrer, por isso, quero, através de você, doar esse dinheiro para caridade. Pretendo transferir o valor total para sua conta, para, assim, possibilitar que as pessoas em sua área se beneficiem dele. Você poderá ser aquele que usarei nesta nobre transação antes de ir para a minha cirurgia?”

O leitor pode estar fazendo a seguinte reflexão neste momento:

“Mas será que tem alguém que cai nesse tipo arapuca?”

Claro que sim. Muitas pessoas inexperientes ou movidas pela ganância ou vontade de obter lucro fácil, acabam entrando nesse enredo fantasioso, como se tivessem tirado a sorte grande. A verdade, é que “não existe almoço grátis”.

A expressão conto do vigário surgiu no século XVIII, na cidade de Ouro Preto, entre duas paróquias: a de Pilar e a da Conceição, que queriam a mesma imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários propôs que amarrassem a santa no burro ali presente e o colocassem entre as duas igrejas. A igreja que o burro tomasse direção ficaria com a santa. Acontece que o burro era do vigário da igreja de Pilar e, logicamente, o animal se direcionou para o local onde já tinha intimidade…

Jorge Lordello

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Imagem: Freepik

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