Recebi na semana passada e-mail de uma mulher moradora da cidade de São Paulo que foi vítima de um crime e solicitava orientação. Segue o relato:
“Lordello, estou precisando muito de sua ajuda. Paguei há cerca de 40 dias boleto que chegou na minha casa emitido pela empresa com a qual tenho convênio médico. Conferi os valores e estava correto, ou seja, igual ao do mês anterior. Resolvi, então, fazer o pagamento em uma lotérica perto de casa, pois a fila é menor que no meu Banco. Ocorre que depois disso recebi carta registrada do convênio saúde informando que eu estava em débito, pois não havia quitado a última mensalidade. Após diversas ligações para a empresa, chegamos à conclusão que o boleto que paguei era falso. Olhando com mais cuidado, percebi que o pagamento foi feito para uma empresa, mas a razão social não era do plano de saúde.
Minha pergunta é se posso entrar com um processo no pequenas causas contra a lotérica e solicitar a devolução do valor pago, pois entendo que a atendente não conferiu todos os dados do boleto”.
O caso em tela é bastante complicado, pois a própria vítima acreditou na veracidade do boleto recebido em casa e foi à lotérica para fazer o pagamento, mesmo antes do vencimento. A atendente, simplesmente, efetuou o pagamento desejado. Mas tem uma pergunta importante a levantar:
“Como o golpista conseguiu todas as informações da vítima para criar o boleto falso? ”
Se ocorreu vazamento dessas informações por falta de segurança na guarda de dados da cliente do Plano de Saúde, entendo, salvo melhor juízo, que a empresa deveria assumir o prejuízo.
O amigo leitor deve ficar em estado de alerta ao pagar boleto bancário. O ideal é extrair o boleto no site da empresa. Boletos recebidos via correio ou e-mail, podem ser falsos. Mas o detalhe principal, é verificar no caixa do banco ou lotérica, quem está como recebedor do valor a ser pago. Não estando o nome exato da empresa, pode ter certeza que o boleto é falso.
Jorge Lordello
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