Em uma viagem ao Rio de Janeiro há pelo menos 10 anos, eu estava andando à noite pelo bairro de Copacabana, quando vi uma pequena pizzaria funcionando com as portas de ferro abaixadas. Achei aquilo estranhíssimo e parei para analisar melhor. Foi quando o dono do estabelecimento comentou que em razão dos assaltos frequentes resolvera adaptar um passa volumes na fachada para, assim, conseguir passar pizzas para motoboys e clientes que retiravam no local.
Ele acabou com o atendimento nas mesas e abriu mão de renda maior em troca de mais segurança. Me confidenciou que a estratégia havia dado certo, tanto que cessaram as tentativas de assaltos após a medida.
No mesmo bairro encontrei uma farmácia que também trabalhava com a porta de ferro arreada. Num pequeno espaço na alvenaria adaptaram um passa volumes de aço balístico e um interfone ao lado. Assim, a cliente solicitava o remédio na calçada e recebia através da portinhola.
Essa mesma estratégia usada por pequenos comerciantes no Rio de Janeiro, chegou a São Paulo já tem algum tempo, principalmente em regiões mais periféricas, mas já está avançando em direção à bairros nobres da capital paulista.
Tristes tempos sombrios.
Criminosos cada vez ganham mais direitos e são libertos com extrema rapidez; vide as audiências de custódia, onde cerca de 50% dos presos em flagrante pelo Brasil são soltos em menos de 24 horas após terem feito algum cidadão honesto virar vítima.
Em breve teremos o Juiz de Garantias, visando garantir ainda mais pretensos direitos.
A população de bem, assustada com o aumento da violência urbana pós pandemia do coronavírus, está cada vez mais reclusa em suas casas, tanto é verdade, que após às 19h vemos pouquíssimas pessoas se arriscando a fazer compras ou passear com pets pelas ruas dos bairros.
Portanto, alerto o leitor, que cada vez mais veremos comércios funcionando com portas abaixadas. O delivery vai se tornar o carro chefe das famílias brasileiras e as ruas desertas serão território livre para o passeio de assaltantes com motocicletas produto de crimes, buscando a presa da vez.
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