O caso que vou contar é real e aconteceu na cidade de São Paulo.
A família de Amanda alugou um salão de festas para comemorar aniversário de 15 anos da filha. 80 adolescentes foram convidados.
A festa começou às 14h e terminou por volta das 18h, quando todos foram embora.
A dona do buffet ficou ajudando os funcionários a limpar as dependências, pois no dia seguinte haveria outra festa. Em dado momento, lembrou-se que havia colocado seu smartphone encima de um armário que fica num corredor que dá acesso à cozinha. Para sua surpresa, o celular não estava mais lá.
“Será que deixei em outro lugar?”, pensou a mulher e assim iniciou busca por todo imóvel, mas não o encontrou. O aparelho havia sido adquirido há menos de 2 meses, tinha custado um bom dinheiro e guardava fotos familiares.
Quando o esposo ficou sabendo do sumiço, foi imediatamente à sala da gerência analisar as imagens do circuito fechado de câmeras de segurança.
Ele passou a verificar apenas as imagens geradas pela câmera instalada no corredor da cozinha. Em dado momento o furto foi esclarecido.
A imagem era nítida, mostrava um primo da aniversariante entrando sorrateiramente pelo corredor, pegando rapidamente o celular e escondendo dentro da cueca.
A preocupação, na verdade, não era tanto pelo valor do aparelho, mas sim quanto as imagens e informações contidas e que não estavam salvas nas nuvens.
Os proprietários do buffet chamaram para conversar o casal que tinha alugado o salão e exibiram as imagens do furto. O autor foi prontamente reconhecido por eles como sendo um parente. Se mostraram surpresos com o ocorrido e ficaram de noticiar o fato aos pais do adolescente para que pelo menos fosse devolvido o produto do furto à legítima proprietária.
A pergunta fundamental é a seguinte:
“O que você faria se o presente fato acontecesse com um seu familiar?”
Obviamente que não é uma pergunta fácil de ser respondida.
O fato concreto demonstra que o adolescente que subtraiu o celular pode apresentar sério desvio de caráter, problemas emocionais, ser usuário de drogas ou até mesmo ter praticado o furto como forma de obter ganho ilícito, fazendo, assim, valer o famigerado “jeitinho brasileiro”.
Não deve ser fácil para os pais passarem por uma situação como essa. De qualquer forma, se deve evitar reações imediatistas como agressões verbais ou até mesmo físicas. Entendo ser necessário criar uma boa estratégia para abordar o adolescente infrator, isso com intuito de fazer do limão uma limonada, ou seja, uma experiência de vida que traga reflexos positivos na vida desse jovem.
Pedir ajuda de um psicólogo me parece uma decisão acertada. Com isso se obterá uma opinião técnica e distante de efeitos de ordem emocional, facilitando, sobremaneira, o estabelecimento de ação programada e bem conduzida sobre como lidar com a situação para que o filho entenda a gravidade do ato cometido, de tal forma, que, em se arrependendo, transforme em experiência positiva de vida.