O repórter Felipe Garrafa, após fazer compras em um mercadinho, dirigia seu automóvel pela Avenida Agenor Couto de Magalhães, próximo ao bairro de Pirituba/SP, quando foi abordado, em maio/2019, por dois ladrões que portavam estilete e faca. Os bandidos, aparentando cerca de 25 anos, fizeram, mediante ameaça de morte, 3 pedidos:
1) Passe o celular
2) Entregue todos os cartões magnéticos
3) Qual a senha dos cartões
A vítima atendeu as ordens dos marginais mas se surpreendeu ao perceber que um dos bandidos carregava máquina de débito, ou seja, a estratégia era usar o cartão e a senha do repórter para registrar despesas.
Com a popularização dos cartões de crédito e de banco, é difícil encontrar no dia a dia alguém carregando dinheiro em espécie na carteira.
Os marginais, então, criaram há muitos anos o famigerado “sequestro relâmpago”.
Parece que agora a criminalidade se reinventa mais uma vez. Ao invés de percorrer caixas eletrônicos, os meliantes passaram a usar meio mais prático e rápido para se apoderar do dinheiro alheio, além de encurtar o tempo do crime com o consequente menor risco de serem presos em flagrante.
Não podemos deixar de frisar que nos últimos meses ocorreu popularização das máquinas de débito no Brasil, pois as empresas operadoras facilitaram, e muito, a aquisição, até por pessoas físicas.
Portanto, todo cuidado ainda é pouco, por isso, oriento cautela ao carregar o chamado “dinheiro de plástico” na carteira.
Nas palestras que ministro, é bastante comum os participantes relatarem portar no cotidiano todos os cartões magnéticos que possuem, mesmo sabendo que não irão utilizá-los. Na verdade, trata-se de hábito que é pernicioso para a segurança pessoal e financeira.
Procure fazer o que chamo de “check list” da carteira. Faça essa verificação todos os dias pela manhã antes de sair de casa. Leve somente o necessário e procure portar, sempre que possível, apenas um cartão de crédito ou de banco. Há mais de 25 anos pesquiso o fenômeno da violência urbana no Brasil. Após entrevistar quase 1500 vítimas, posso garantir que o brasileiro tem o péssimo hábito de levar na carteira documentos e cartões magnéticos em excesso. Aí, em casos de assalto, os problemas se avolumam em todos os sentidos.
Em várias situações, sabemos de antemão que não iremos realizar gasto algum e assim inexiste a necessidade de carregar cartões. Reflita sobre isso e coloque em prática imediatamente. Assim, estará sendo proativo, ou seja, tomando atitudes seguras antes de acontecer o pior.
Há muitos anos, criei o hábito de levar dinheiro na carteira suficiente para pagar contas pequenas e até médias; raramente saio de casa com meus cartões. Além disso, procuro evitar expor de forma desnecessária minhas informações financeiras e bancárias. Essas providências reduzem drasticamente riscos de clonagem e golpes com cartões de crédito e de banco.
Outra dica de segurança importante, é o leitor conversar urgente com o gerente de seu banco para solicitar a inibição de dados de aplicações financeiras, cheque especial e crédito pré-aprovado nos meios eletrônicos. O ideal é que suas informações relativas a dinheiro não fiquem disponíveis para terceiros em hipótese alguma.