Lordello: Porteiros de prédios devem ou não deixar visitante entrar?

O porteiro trabalhava na guarita do condomínio de alto padrão no bairro da Vila Maria Alta/SP no final do mês de maio/2017, quando por volta das 13h surgiu rapaz com boa aparência, vestindo moletom de marca, aparentando cerca de 25 anos, desejando entrar. O funcionário indagou o que desejava e ele respondeu rapidamente:

“Eu estava no prédio no apartamento da minha tia. Passei a noite aqui, sai apenas para comprar cigarro. Poxa, você não me viu sair?”

O porteiro manteve a calma e solicitou o nome completo da moradora e o número do apartamento; o rapaz informou de forma correta, mas logo foi insistindo que deseja adentrar ao edifício.

O funcionário interfonou para a respectiva unidade, mas ninguém atendeu. Então, informou ao interessado que não podia liberar a entrada sem autorização expressa da moradora.

O homem ficou nervoso e explicou ter saído com a tia de carro, pois ela ia trabalhar e aproveitou para deixá-lo próximo da padaria existente a três quadras. O porteiro ficou nervoso com a insistência e resolveu sair da portaria para tirar satisfações com o rapaz, que saiu correndo sem dar explicações e entrou pelo lado do passageiro em um carro estacionado do outro lado da rua, que deixou o local.

A ocorrência suspeita foi repassada para o zelador e síndico, que concluíram realmente ter ocorrido tentativa de assalto.

É importante frisar a eficiência do trabalho do responsável pela guarita, que além de seguir as normas procedimentais, não se intimidou com a pressão exercida pelo suspeito.

Recomendo, ainda, que porteiros solicitem apoio do zelador toda vez que se sentirem acuados ou ficarem na dúvida se devem ou não permitir a entrada de alguém.

Temos que ter em mente que enquanto a porta do edifício estiver fechada, o risco estará do lado de fora. No momento em que for aberta, o funcionário poderá ser rendido com facilidade ou o suspeito terá acesso ao interior do prédio, o que lhe permitirá arrombar porta de apartamento que estiver vazio na ocasião.

Portanto, a ordem é reconhecer a fumaça antes do fogo. Prevenir é sempre melhor que remediar.

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