Um dos efeitos colaterais do trabalho home office foi desvendar para o mundo quem nós somos na intimidade, tivemos a oportunidade de entrar nas casas, conhecer as famílias, tomar café e dependendo da ocasião, até comer uns petiscos enquanto assistíamos um webinar juntas.
As interrupções de familiares e pets foram inevitáveis e assim, mesmo sem querer, invadimos a vida umas das outras.
Observei que as apresentações ficaram diferentes, mais humanas…se antes você falava seu nome e profissão/cargo na empresa, hoje é comum começar assim: me chamo Fulana, sou casada, tenho anos, tenho filhos, tenho pets e só no final você conta o que faz, a profissão e o cargo que ocupa.
Isso me parece uma evolução, principalmente para nós, mulheres que antigamente evitávamos falar da vida doméstica, quase fingindo que éramos profissionais em tempo integral, como se tivéssemos nascidos calçando um par de scarpins e endossando um tailleur.
Sou uma eterna aprendiz, então há alguns anos atrás participei de um curso para obter certificação internacional em self, life and professional coach e uma das primeiras atividades que aprendemos foi a roda da vida, uma ferramenta utilizada para avaliar as várias áreas da sua vida, sendo as principais: saúde física e mental, intelectual, socio-afetiva, profissional, espiritual e econômica.
De maneira simplista, cada setor deve ser analisado e pontuado de 0 a 10 e ao fazer isso percebemos o desequilíbrio em alguns setores, pode ser que você esteja negligenciando sua vida espiritual ou familiar, que esteja sabotando sua saúde física ou financeira, esquecendo que precisa ter momentos de relax, encontrar com amigos e se divertir ou meditar.
Ao preencher a mandala da vida temos a chance de mudar a rota, buscar o equilíbrio, identificar as áreas que precisam ser tratadas, preencher as lacunas e chegar mais perto da tal felicidade.
Somos seres humanos por inteiro, então não dá para ser meio feliz ou meio amada…é impossível ser um pedaço de gente, sou gente por inteiro! E ser inteira implica em entender que não dá para ser completamente feliz se uma parte da sua vida está totalmente desequilibrada.
É óbvio que é difícil conquistar esta harmonia em todos os sentidos, mas podemos nos esforçar para ter nossos dias divididos em momentos de fé, amor, conhecimento, trabalho, família, amigos, lazer, autocuidado, cultura e quem sabe até meditar um pouquinho.
Identificar nossos pontos fracos já é um passo importante.
Todas nós passamos por tempos difíceis, algumas estão mais carentes, outras mais sensíveis, então o fundamental é parar para refletir e ver onde podemos melhorar, o que está faltando na sua vida, é amor? Compreensão? Saúde? Perdão? Aperfeiçoamento intelectual?
A vida é movimento e como numa roda gigante podemos estar lá no alto e no instante seguinte lá embaixo, ou seja, vamos ter dias maravilhosos, outros tristes, conquistas e derrotas, alegrias e decepções.
O ideal é viver cada dia com plenitude, com intensidade, permitindo-se ser quem quiser, sentir o que quiser, vale ficar alegre ou triste, desde que seja você mesma, de verdade e por inteiro.
Lilian Schiavo
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