Lilian Schiavo: O dia em que discursei na ONU.

Certamente você já ouviu mais de um milhão de vezes frases motivacionais, do tipo: “Todos os seus sonhos podem se tornar realidade se você tem coragem para persegui-los. ” Walt Disney

E aposto que você deve pensar que isso só funciona com o Walt Disney, a Michelle Obama, Oprah Winfrey, J.K. Rowling e Meryl Streep.

Assim como você eu tinha um sonho bem impossível, queria discursar num evento da ONU Mulheres.

Eu via aquelas mulheres fantásticas e inspiradoras contando suas experiências, ensinando novos conceitos, fazendo a gente virar a chave do mindset. Era impossível terminar o evento igual, no final sua cabeça estava em ebulição.

E eu queria ter a chance de falar, nem que fosse um minuto, queria ser capaz de inspirar alguém, motivar e empoderar.

Só tinha um problema, uma timidez que me paralisava… para ter uma dimensão do problema, uma vez na faculdade tive um exame oral, e eu ali, na frente da sala com todos me olhando. O pavor foi tão grande que perdi a voz, fiquei afônica e respondi as perguntas escrevendo no quadro negro.

Fui fazer um curso de Self, Life and Professional Coaching e no primeiro dia do treinamento contei que estava ali porque não conseguia falar em público.

O curso deu certo porque saí falando com todo mundo, é certo que cada vez parece a primeira vez, mãos suando e coração batendo acelerado.

Um dia, abro o e-mail e encontro um convite da OIT, ONU Mulheres, Programa Ganhar-Ganhar, UE e OIE para ser uma das speakers principais, o detalhe é que eram só duas!

Li e reli mil vezes para me certificar que não era um engano.

Desde a véspera, borboletas voavam no estômago, um frio na barriga apesar do calor de 30°C.

Gosto de gente e de ouvir histórias, encontro beleza e genialidade nas pessoas, estamos juntas para apoiar umas às outras e não para competir.

E lá fui, escolhi falar delas ao invés de falar de mim. Sabe o que aconteceu? Percebi que aparentemente estava no palco sozinha, mas de verdade, senti que todas elas estavam lá comigo.

O tema era inovação e criatividade e escolhi contar 2 histórias.

A Luciane, formada em educação física, com pós-graduação em dança largou tudo para trabalhar na oficina mecânica da família. Um cliente agricultor tinha um problema, precisava de um equipamento para desinfecção dos caminhões. Ela passou 6 meses pensando até desenhar um portal de lavagem de caminhões para obedecer aos critérios exigidos pela UE. Chamou o encanador e pediu que ele executasse o projeto.  Hoje a Lu é CEO da Fornari Indústria, uma empresa especializada no desenvolvimento de equipamentos para o agronegócio e reconhecida internacionalmente por ter aumentado a produtividade da indústria do frango no Brasil.

Outra história é da Andree de Ridder Vieira que criou o projeto “O Mar não está pra lixo” incentivando os pescadores a se tornarem multiplicadores de boas práticas num modelo de turismo sustentável que respeite as pessoas, o ambiente e o entorno.

Na prática funciona assim, os pescadores recolhem o lixo do mar, a comunidade separa o material reciclável, as garrafas e pedaços de vidros são lavados e passam por um tratamento. As ecoempreendedoras aprendem a transformar o vidro marinho em peças únicas, verdadeiras obras de arte, são colares, brincos e pulseiras.

Inovação é transformar o lixo em material para geração de renda para uma comunidade que vive numa cidade turística à beira mar.

Sororidade se vive, se sente… somos como irmãs que ficam na torcida para que tudo dê certo, e se percebemos que algo está dando errado nos unimos para ajudar, sem julgar ou apontar erros.

Senti que somos um time de verdade, daqueles que vestem a mesma camiseta, com os mesmos valores e propósitos.

“Crie a melhor e mais grandiosa visão possível para sua vida, porque você se torna aquilo que acredita.” Oprah Winfrey

Lilian Schiavo

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Imagem: Freepik

 

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