Lilian Schiavo: O poder da comunicação

Um dos grandes erros que cometemos é imaginar que as pessoas estão entendendo o que estamos falando, e nesse caso, não é uma questão de idioma…

A menos que você seja um poliglota, vai ser difícil entender um dialeto chinês, entretanto, mesmo pessoas que falam a mesma língua podem ter interpretações equivocadas e diferentes.

Quantas vezes aconteceu com você? Já presenciou discussões que parecem conversa de louco? Os dois falando exatamente a mesma coisa, um sem ouvir o outro, numa disputa de quem está com a razão.

É muito importante saber ouvir, apenas ouvir, sem colocar pré-julgamentos.

Você consegue deixar a pessoa terminar de falar ou a interrompe para expor seu ponto de vista?

Assisti uma palestra muito interessante sobre Comunicação Construtiva e acredito que o autor escolheu esse nome porque as palavras são capazes de construir, destruir, inspirar e fazer sonhar.

A primeira reflexão foi sobre como me comunico comigo mesma, será que eu me boicoto ou me encorajo com os meus próprios pensamentos e palavras.

O desafio é afastar as nuvens negras da cabeça, as notícias ruins,  os ruídos que nos impedem de ter paz, os medos que nos tornam inseguras.

A comunicação é composta por 3 pilares: o conteúdo verbal com 7%, o tom de voz com 38% e a linguagem corporal com 55%.

Daí que resultam as catástrofes atuais.

Como nos comunicamos atualmente? Por e-mails, WhatsApp, mensagens de voz, reuniões virtuais onde cada um se resume a um quadradinho na tela.

Como faço para virtualmente discernir a linguagem corporal, responsável por mais de 50% da comunicação? Lembra dos encontros presenciais onde reparamos a postura, o olhar, se a pessoa se inclina para te ouvir, se os pés parecem querer fugir para bem longe.

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E o tom de voz? Por diversas vezes li mensagens e interpretei à minha maneira e depois comentando com meu marido ele pediu para reler com outra entonação, então percebo que mudou tudo!

A linguagem escrita pode induzir a erro porque o cérebro precisa processar a mensagem como um todo.

Fiquei pensando quantos mal-entendidos ocorreram durante a pandemia e geraram conflitos e discussões desnecessárias.

Eu mesma já cometi muitos erros de interpretação que me fizeram voltar atrás para esclarecer e pedir desculpas.

Segundo o palestrante Fabio Marques, existem 5 tipos de comunicação negativa:

  • Comunicação Hostil: neste caso, ao se deparar com alguém agressivo, respire fundo, conte até 100, não revide, fique serena e controlada como uma monja budista, responda num tom calmo e tranquilo. Se você agir assim, a hostilidade não vai encontrar eco.
  • Comunicação zero: quando você ignora a pessoa, trata com indiferença, finge que ela não existe, que ficou invisível. Esta é a pior forma de violência. É o doído “cancelamento “, neste caso, por pior que seja a situação, chame para uma conversa, esclareça o que aconteceu, lave a roupa suja e mesmo que a amizade não seja reatada, você teve a dignidade e elegância de esclarecer o que motivou o afastamento.
  • Comunicação torta: quando começa a andar em uma direção e de repente descamba, rola pela encosta abaixo. Imagine que sua amiga te apresente alguém com a seguinte frase: “Este é o Gustavo, o primo mais inteligente e bem-sucedido da família. Você abre um sorriso e antes de dizer muito prazer, sua amiga completa: Na verdade, ele é meu único primo por isso não tem comparação com ninguém “. Pronto, um balde de gelo caiu na cabeça do primo.
  • Comunicação preconceituosa: como o próprio nome diz, quando antes de conhecer a pessoa você pré-julga. Um exemplo clássico são aquelas lojas sofisticadas com tamanhos Micro, PP e P, ao entrar uma gordinha a vendedora já vem correndo dizer que não trabalham com numeração grande. Neste caso, a vendedora pode ter perdido uma grande comissão de venda se a pessoa em questão iria comprar um enxoval para a filha PP.
  • Comunicação ambígua: como o próprio nome já diz, dá margem a interpretações equivocadas. Lembra daquelas frases infelizes com duplo sentido? Outro exemplo foi citado no caso dos e-mails. Por incrível que pareça, 80% das empresas relatam prejuízos e conflitos causados com a linguagem escrita.
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A lição é que somos o que pensamos, então, para conseguir uma comunicação construtiva precisamos alimentar nosso cérebro com aprendizado constante, adquirir o hábito da leitura, encontrar um propósito.

Se empenhar para atingir excelência, dar o seu máximo, o seu melhor, isso não significa atingir a perfeição.

Dizem que nas crises é que surgem as oportunidades, que ficamos mais fortes quando enfrentamos desafios, que bons marinheiros são aqueles que enfrentaram tempestades enquanto os que só navegaram em águas calmas ainda não estão preparados de verdade.

O palestrante Fabio Marques disse uma frase que resumiu a Masterclass: ” A ação vence o medo.”

Fica a lição que precisamos nos mover constantemente, crescer, agir, aprender, errar e acertar, cair e levantar, sonhar e realizar.

E a comunicação?

“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreenda, isso vai entrar na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração. ” Nelson Mandela

Lilian Schiavo

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Imagens: Freepik

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