Paty Moraes estreia coluna “Mulher”

Era início de fevereiro de 2004 e estava no último ano da faculdade de Jornalismo. Foi um mês e meio após eu completar 21 anos, pouco menos que isso após eu começar a namorar um lindo e apaixonante professor de geografia 6 anos mais velho, que recebi a notícia que mudaria minha vida para sempre numa folha sulfite A4: estava grávida de 15 dias.

Posso dizer com toda certeza: quando uma jovem mulher que trabalha 10 horas por dia (garanto que não é exagero!), estuda à noite e pretende uma carreira bem sucedida pela frente se vê diante desse papel, pouca coisa é tão importante quanto o amor – o próprio e o da pessoa que está disposta a encarar aquela novidade com você.

Muitos anos se passaram e garanto: não faria nada diferente. Vivemos muitos dias bons, de amor e cumplicidade, mas também enfrentamos muitos dias ruins, de falta de dinheiro, desemprego e desentendimentos. Se tivesse o dom de Gabriel García Marquez certamente escreveria algo como O Amor nos Tempos de Crise tendo como pano de fundo o momento financeiro atual, plagiando seu O Amor nos Tempos de Cólera.

Há seis meses, fui a última editora executiva a ser demitida de um portal de notícias, onde trabalhei por mais de três anos. De lá pra cá, algumas entrevistas, salários menores e nenhuma vaga, digamos, formal.

Decidi ir à luta, afinal, amo o que faço e não me vejo em outra profissão (e nem como dona de casa em tempo integral!). Consultei o amigo Fabricio Sagi, membro da Sociedade Brasileira de Coaching, e começamos um plano para o meu caso. Acabo de abrir uma empresa e me tornar autônoma, prestando os mesmos serviços de antes a clientes que me contratam como pessoa jurídica. Bom, são os tempos de hoje e tudo isso renderia inúmeros posts, que eu prometo ir escrevendo por aqui.

Ainda vou adiantar aqui as 5 dicas infalíveis do Fabricio para quem foi demitido voltar ao mercado de trabalho. A lista está no final da coluna porque, antes, preciso contar o que aconteceu para que eu estivesse aqui, hoje, abordando esse tema e expondo um pouco da minha vida pessoal.

A inspiração

Na última sexta-feira, 13 de janeiro, prestes a completar 13 anos de casamento (contados desde o dia em que nos beijamos pela primeira vez), terminei o trabalho e fui fazer um happy hour com três amigas. Os papos eram diversos, iam de trabalho a relacionamentos, rimos muito e reclamamos um pouco. Aquela terapia de bar que muitos homens não sabem, mas muitas mulheres amam.

Foi quando surgiu, bem no meio do show ao vivo de forró e dos garçons passando com garrafas de Heineken e Original para lá e para cá, um casal jovem carregando saquinhos de bala, uma buzina a gás e uma plaquinha com a hashtag de Instagram #casamentodoano.

Naquela confusão, naquela barulheira, Kathryne, de 29 anos, que cursa o 8° semestre de Psicologia, e Pedro, de 25 anos, que cursa o 5° semestre de Economia e trabalha como analista de contabilidade Jr. numa empresa do ramo alimentício, conseguiram roubar a atenção.

Eles pediam colaborações em dinheiro para realizarem a festa de casamento deles em troca de doces. POW! Aquilo foi o que todo o bar precisava, mais do que as saideiras e o excelente grupinho musical que animava quem dançava na calçada lotada da Av. Paulista. Imediatamente, o bar ficou mais barulhento porque todos queriam colaborar e, a cada tostão no bolso da noiva, o noivo fazia o maior buzinaço.

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Depois, a sós com eles, entendi tudo! Há oito meses, Kathryne foi pedida em namoro durante um jantar em uma pizzaria da Zona Norte. Com o coração “transbordando de alegria ao perceber que ali estava uma grande mulher” (palavras de Pedro), ele resolveu arriscar tudo e, menos de três horas depois, naquele mesmo dia, fez o pedido de casamento. Ela respondeu: “Será a maior loucura da minha vida, mas eu aceito”.

Algum tempo depois, em setembro de 2016, eles reuniram mães e pais de ambos naquela mesma pizzaria da ZN. A noite foi linda, com direito a pedido de joelhos e tudo.

Infelizmente, Kathryne foi desligada da empresa em que trabalhava no dia seguinte, “devido aos grandes cortes nas multinacionais por conta da crise”, e, assim, começou toda a saga deles. Ao fazer as contas, perceberam que não seria possível juntar o valor restante para pagar a festa de casamento que já estava fechada. Afinal, somente o Pedro estava trabalhando.

Foi quando Kathryne insistiu para que Pedro embarcasse com ela nessa corrente: fazer pacotinhos de balinhas diversas lacrados com aliancinhas de brinquedo simbolizando o propósito para vender a R$2,00. “Mas aceitamos qualquer valor e qualquer ajuda. No começo, Pedro ficou envergonhado, achou que não seria legal, que talvez as pessoas não entendessem a nossa proposta, mas com um jeitinho consegui convencê-lo”, lembrou a noiva.

E ela continuou: “A reação das pessoas foi acalorada e incentivadora, ficamos emocionados por diversas vezes com a forma que as pessoas nos acolhiam e nos emanavam força e palavras de carinho. Recebemos vários ‘nãos’, claro! Fomos chamados de mentirosos e chorei muitas vezes por causa disso. Mas uma força descomunal nos move a atingir nossos objetivos”.

A finalidade dos jovens é conseguir R$ 32.500,00. De acordo com o planejamento dos universitários, devem ser arrecadados R$ 350,00 por dia, de quinta a sábado, no período noturno, em barzinhos na Av.Paulista próximo à Gazeta, e, aos sábados, pela manhã, em faróis pela cidade. “A melhor ajuda seria um emprego para a noiva, rs, mas também aceitamos encomendas de balinhas, que teremos o maior prazer em entregar pessoalmente”, finalizou.

As 5 dicas infalíveis

Se você ainda precisa de um empurrãozinho, seguem as prometidas 5 dicas do meu amigo coaching que estou botando em prática e, que, como disse, são infalíveis (Já o amor…):

  •  ativar fortemente sua rede de contatos (pessoalmente /redes sociais/ Whatsapp)
  •  fazer da busca por uma vaga o seu trabalho atual (ou seja, passar horas diárias atrás da vaga em sites e também pessoalmente)
  •  criar seu próprio emprego (de preferência algo que seja replicável e possa ser feito em escala)
  •  estudar muito marketing digital e aplicar (rápido retorno do investimento)
  •  marketing multi-nivel (baixo investimento para entrar e os resultados só dependem do esforço próprio)

Semana que vem tem mais!

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