A pedidos, seguimos com as entrevistas, e essa semana, o entrevistado é o colunista Rodrigo Donati, da coluna “Mundo Pet”.
Rodrigo é médico veterinário, clínico geral de pequenos animais pela Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc) e pós-graduado em clínica médica e cirúrgica em animais silvestres pela Qualittas, e atualmente ele é sócio-proprietário do estabelecimento “Bichos da Mata”, em São Paulo, que oferece Pet Shop, banho e tosa e atendimento veterinário!
1 – Quando foi que você se decidiu por essa profissão?
Bom, desde muito novo sempre gostei de animais e como meus pais gostavam também tive a oportunidade de conviver com as mais varia-das especies. Tive cão, gato, coelho, aves, peixes, um zoológico em casa rs, além de animais de grande porte, como passei minha infância em sítio e junto com isso sempre gostei de acompanhar os veterinários em atendimento, acho que isso foi moldando o que eu gostaria de ter como profissão no futuro.
2 – Para ser um bom veterinário, basta gostar de animais ou é preciso tem um algo a mais?
Bom, gostar de animais é sim fundamental, afinal pelo menos por 5 anos no mínimo. No período de graduação do curso, o contato com eles é diário. O que eu incluiria também é gostar de estudar, nesta área é importante sempre estar se atualizando. Com cada vez mais pesquisas sendo realizadas os protocolos e diretrizes de tratamento estão sempre mudando, portanto, para darmos o melhor atendimento aos nossos pacientes, isso é fundamental.
3 – Em uma situação de emergência, com quem é mais fácil lidar? Com o animal ou com o dono do animal?
Ahhh, com o animal sem dúvida. Nosso foco em uma emergência será sempre estabilizar nossos pacientes e após dar a atenção ao proprietário, o que acaba muitas vezes sendo mais difícil que o paciente. Um grande deficit na nossa formação é que aprendemos como lidar em emergência com os animais, mas não como dar o suporte para os proprietários, isso, com o passar dos anos de profissão acabamos adquirindo.
4 – Quais são os maiores obstáculos de um médico veterinário?
Os obstáculos são os mais variados possíveis. Bom, vou falar que como clínico, os pacientes não falam, ficamos presos ao histórico que o proprietário nos conta na anamnese. Outro ponto seria referente a recusa de realização de exames complementares, muitas vezes no exame clínico conseguimos fechar diagnósticos, porém em outros, essa ferramenta é fundamental.
5- A gente sabe que a medicina veterinária avançou muito, e junto com ela o mercado dos pets também. Mas do que você ainda sente falta?
Sem duvida os avanços são visíveis, lembro da minha época de estudante onde o exame de imagem principal era o RX , hoje temos tomografias computadorizadas, ressonância magnética. Quem poderia imaginar que usaríamos células tronco para o tratamento de doenças em animais, ou mesmo medicamentos de ultima geração como anticorpos monoclonais para tratamentos de dermatopatias. O custo talvez seja ainda um grande problema, e com isso a polarização destes recursos a grandes centros urbanos.
6 – Rodrigo, você tem animais em casa? quais são seus animais de estimação?
Sim, hoje tenho um casal de yorks e um gato srd, adoraria ter mais animais mas moro em apartamento e a minha rotina clínica acaba tomando muito meu tempo.
7 – Avaliando o comportamento e as atitudes das pessoas que tem cães e gatos, qual o maior erro que elas cometem com seus bichinhos?
O maior erro que vejo, chama-se Dr Google, quero deixar claro aqui que não sou contra a internet, ela nos ajuda muito, principalmente quando bem utilizada, o que não pode é acreditar em tudo que se encontra, muitos proprietários buscam tratamentos mirabolantes na internet antes de procurar a ajuda profissional, auto medicam seus animais por sugestão de pessoas leigas, e quando nada dá certo, buscam nossa ajuda, esperando que depois de tudo, um milagre seja feito, infelizmente muitas vezes nada podemos fazer.
8 – Qual foi o animal mais exótico, que você já tratou ou teve a oportunidade de ajudar?
Tiveram vários casos diferentes, alguns dos mais diferentes foram na época de estágio, um hipopótamo com problema na unha, uma avaliação dentaria de um tigre de bengala já na pós graduação, uma piton albina de uma amiga que estava com pneumonia e um filhote de garça branca que algumas crianças pegaram para criar em casa, e ela tinha uma fratura de bico.
9 – Cuidando de tantos animais, com tantos clientes, você acaba se envolvendo emocionalmente com os bichinhos? Alguma situação em especial que tenha criado um grande vínculo entre você e algum deles?
Isso ocorre com muita frequência, em muitos casos acompanhamos nossos pacientes por todas as etapas da vida deles, desde a infância até a senilidade, outros que apresentam doenças crônicas que acabam visitando nosso consultório com uma frequência maior e a relação de confiança proprietário/veterinário faz com que em muitos casos, tenhamos uma relação de amizade e não só profissional.
10 – Qual foi o pior caso, ou o caso mais difícil que você já atendeu? Conte um pouco pra gente sobre isso.
Em muitos anos clinicando, tive muitos casos difíceis por diversos motivos, ter de dizer a um proprietário que seu animal tem uma doença incurável ou mesmo sugerir ao mesmo o fim do sofrimento, é sem dúvida a pior parte desta profissão.
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