Lilian Schiavo: Compaixão na vida e nos negócios

Compaixão é o sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, uma compreensão do estado emocional de outra pessoa. Não deve ser confundida com empatia. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar gentileza para com aqueles que sofrem. Wikipedia

Passei grande parte da minha vida num hospital e aprendi a conviver com as pessoas como se fôssemos uma grande família, acredito que este sentimento existe na maioria das empresas familiares, afinal, passamos mais tempo no trabalho do que na própria casa, principalmente se a sua atividade funcionar 24 horas por dia, 365 dias do ano.

Na área da saúde existe uma predominância de profissionais mulheres que dão um tom diferente nas relações de trabalho, trabalhei na periferia da cidade onde é comum acontecerem enchentes que destroem o patrimônio conseguido com tanto sacrifício, era comum ver passarem uma lista em que todos doavam algum valor para amenizar os prejuízos financeiros, acho até que daí surgiu a ideia de criarem vaquinhas virtuais para patrocinar eventos, sonhos e tratamentos médicos.

Com o advento da tecnologia, computadores e celulares a maior parte das pessoas permanece conectada com o trabalho durante todo o tempo, afinal, quem nunca leu ou enviou mensagens de madrugada ou nos finais de semana? Com as redes sociais imediatamente ficamos sabendo quando alguém conhecido é internado ou está passando por uma situação difícil, portanto fica mais fácil interagir com outro para enviar uma palavra de carinho, oferecer um ombro amigo…

Será que sabemos exercer a compaixão no trabalho? No dia a dia?

Vou usar esse espaço para um desabafo, uma sensação de revolta por ver uma amiga que está em tratamento médico por causa de um câncer, ela é uma executiva que morou em vários países, que dedicou sua vida para gerar muito lucro e ganhos financeiros para as empresas. Quando a conheci ela carregava uma mala de viagem, recém chegada de uma das inúmeras viagens e a apresentaram como um exemplo de liderança e poder.

Agora que ela adoeceu está sendo descartada, uma crueldade…

Empresas que praticam valores como compaixão ganham muito mais do que cifrões, criam uma cultura no ambiente de trabalho que faz com que todos cresçam como pessoas e demonstrem afeto e interesse pelo outro. Quantas vezes você precisou de um conselho, alguém que te ouvisse sem julgamento, que desse um abraço? 

Diferente da empatia em que você apenas se coloca no lugar do outro a compaixão vai além, te faz interagir, querer efetivamente ajudar e apoiar.

De acordo com um estudo publicado no PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) o comportamento cooperativo se propaga em efeito cascata nos grupos humanos, isso é constatado em correntes de solidariedade quando catástrofes assolam uma região, basta uma pessoa aparecer com uma doação e é como se um botão fosse acionado para que ocorra uma mobilização geral.

Que sejamos agentes transformadores de atitudes,  num movimento para conscientizar as pessoas que bondade não é sinal de fraqueza, que a humildade te engrandece como pessoa, que respeito é fundamental e acima de tudo que somos todos iguais, que a roda da vida gira e um dia você está lá em cima e no outro lá embaixo, não somos mas estamos em determinado cargo ou função, muito mais que títulos  somos gente que gosta de gente!

“Descobri que o mais alto grau de paz interior decorre da prática do amor e da compaixão. Quanto mais nos importamos com a felicidade de nossos semelhantes, maior o nosso próprio bem-estar. Ao cultivarmos um sentimento profundo e carinhoso pelos outros, passamos automaticamente para um estado de serenidade. Esta é a principal fonte da felicidade.” Dalai Lama

 

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