Lilian Schiavo: Consumo consciente

Você se preocupa com a roupa que está usando? Lê as etiquetas para saber se a blusa é de lã ou acrílico? Parou para pensar porque uma roupa é tão barata? Será que foi feita com trabalho escravo?

Estas questões fazem parte do nosso cotidiano principalmente quando estamos engajadas em causas de sustentabilidade.

É assustador imaginar quanta água é utilizada na indústria da moda, de acordo com o site Imagine all the Water,  para produzir uma camiseta de algodão  são necessários 2.495 litros enquanto uma calça jeans utiliza 9.982 litros.

Estes dados nos levam a pensar no consumo consciente como uma alternativa inteligente para nossa vida.

Mas na real, você ainda se preocupa demasiadamente com sua imagem? Seu armário está entulhado e quando aparece uma festa ou evento você diz que não tem roupa? Tem compulsão por compras? Acha que vão lembrar como você estava vestida na semana passada?

Você pode retrucar, afinal, estamos falando da sua aparência e você precisa comprar mais sapatos, bolsas, roupas e acessórios! Você cresceu ouvindo que a primeira aparência é a que fica, então investe nela todos os dias.

Por outro lado, se não consegui te sensibilizar com o desperdício de água, vou falar sobre um assunto crucial: seu bolso!

Numa discussão sobre gestão inteligente, economia e liberdade financeira da mulher ouço uma garota contar que desde pequena achava que as roupas custavam caro nas lojas, sua avó sabia costurar então ela reciclava o guarda-roupa da família, pegava peças que estavam esquecidas no armário da mãe, irmã e até algumas camisas do pai e transformava em peças exclusivas para ela.

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O dinheiro da mesada era economizado e se transformava em viagens, passeios e idas a restaurantes para saborear delícias gastronômicas. Com espírito empreendedor aproveitava as chances que encontrava para vender algumas peças para as amigas.

A irmã enciumada queria entender como ela conseguia fazer seu dinheiro render tanto, então um dia o pai mostrou uma planilha de gastos das duas… era impressionante a diferença nas despesas, enquanto uma era uma compradora impulsiva a outra economizava cada centavo para realizar seus sonhos, gastar com aquilo que considerava importante.

Óbvio que a garota se tornou uma estilista, conseguiu adquirir o imóvel próprio no bairro dos seus sonhos e continua ensinando a economizar.  Quando uma compra é inevitável ela sugere pensar na questão preço/uso, aquela conhecida história de que a roupa já se pagou pelo número de vezes que você usou, lembra daquele casaco preto de lã  que você comprou há 10 anos e está impecável até agora? Todo inverno ele sai do armário e cumpre bravamente o seu papel de agasalhar e te deixar com uma aparência elegante, pronto, valeu o investimento! Em compensação, imagine o desperdício de dinheiro quando sua amiga casou e você resolveu que ia ser o destaque da festa, gastou uma fortuna no vestido + sapato + clutch e vai usar essa roupa no máximo 2 vezes porque ela  é inesquecível de tão chamativa, praticamente um farol aceso piscando feito árvore de natal.

Hoje existem alternativas como aluguel, brechó, clubes de roupas onde você paga mensalmente para ficar com determinado número de peças e depois devolver,  bazares de trocas, escambo entre amigas e família.

Outra dica para facilitar sua vida é usar a teoria da Marie Kondo nas roupas, tire tudo do armário e analise se aquela peça te faz feliz e combina com você. Caso tiver dúvida, coloque numa mala e esconda por 3 meses, se nesse período você nem se lembrou das peças pode doar e fazer suas roupas girarem, irem para quem precisa delas.

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Viver com o que é realmente importante torna sua vida mais leve, mais fácil, mais suave e te dá a oportunidade de focar naquilo que realmente interessa e  também gerar recursos financeiros para impulsionar seus projetos.

Refletir sobre a importância das coisas é olhar para dentro sem se importar com o que os outros estão pensando, é ter coragem de deixar os cabelos brancos, usar o que gosta e não o que está na moda, é ter um estilo próprio, é ser verdadeira, é saber dizer não, é liberar perdão, entender que somos todos falíveis, que temos defeitos, é deixar o outro viver, é respeitar as pessoas, é saber pedir desculpas, perceber que no mundo tem espaço para todos então não puxe o tapete, ajude, dê a mão, seja solidária, seja feliz!

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