Lilian Schiavo: Fênix

Na Física, resiliência é a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.

O dicionário também explica a resiliência no sentido figurado como a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.

Na real, é uma postura de vida, o famoso cair e levantar ou a frase da música: Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.

Ontem numa entrevista sobre ações de solidariedade em época de coronavírus ouvi do entrevistador que nós não estamos no mesmo barco, cada um está dirigindo o seu próprio, sozinho ou acompanhado da família mas cada um com seus problemas.

Respondi que ele tinha razão, os barcos podem ser individuais mas o mar é o mesmo, estamos juntos no mesmo oceano, fazemos parte do mesmo planeta.

Pela primeira vez na vida, o que está acontecendo aqui é o mesmo que ocorre na Europa, na Ásia ou na África. Somos todos responsáveis, estamos lutando contra o mesmo inimigo invisível.

O momento não é para discutir as diferenças mas entender que somos igualmente vulneráveis.

Uma pergunta que todos fazemos é como será quando tudo acabar?

Certamente encontraremos um mundo diferente, o planeta se regenerou, está menos poluído e agora acordo com uma sinfonia de pássaros e o céu ficou estrelado novamente.

Adquirimos novos hábitos de consumo, de limpeza e higiene. Os sapatos não entram mais em casa e máscaras e luvas se tornaram normais , o supérfluo virou supérfluo mesmo, não precisamos mais dele, o essencial nos basta e a famosa frase do arquiteto Mies Van Der Rohe virou lema de vida: ” Menos é mais.”

Como camaleões tivemos que nos adaptar a uma nova e impensável realidade. Não podemos nos mover além das fronteiras da casa mas continuamos produzindo, planejando e sonhando.

Nesta crise vejo empresas e pessoas se transformando; indústrias que fabricavam equipamentos para o agronegócio desenvolveram equipamentos para desinfecção como túneis para pessoas, confecções passaram a produzir máscaras e aventais, o delivery é a opção para sobrevivência de várias empresas, empreendedores começaram a produzir respiradores e máscaras de acetato em 3D.

Psicólogas oferecem assistência gratuita para pessoas que estão com depressão por causa da pandemia, é o medo da doença, da solidão, das perdas, da tristeza no isolamento.

Aprendemos a trabalhar em home office e se no início cometemos várias gafes por não saber como lidar com videoconferências, zoom, lives e webinar agora nos unimos em crowfunding para apoiar causas nas quais acreditamos.

Valores, missão e propósito deixaram de ser palavras e passaram a ser o motivo de nossa existência.

Está sendo fácil? Claro que não! Estamos sangrando, chorando, orando pelos profissionais dos serviços essenciais, pelos infectados, pelos internados, pelos moradores de rua, pelos que estão passando por dificuldades financeiras, pelos que moram em locais sem saneamento básico, pelos que estão vendo os sonhos indo embora, as empresas falindo, os recursos acabando.

Cientes de todo sofrimento, precisamos ser resilientes como pessoas e como empresas. Vamos recuperar nossa força, lembrar de tudo que já passamos, das dores e perdas que tivemos… chegamos até aqui e prosseguiremos como lagartas! Vamos nos transformar em borboletas!!

A metamorfose é necessária, seremos como fênix.

2 respostas

  1. Acredito que somos resilientes desde o nascimento! Afinal de contas, não tivemos a opção de nascermos sorrindo rs…já nascemos chorando e com o calor materno e de todos a nossa volta, descobrimos o riso!
    Um bjo Lilian Schiavo

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