O que parecia transitório está se tornando permanente…
Iniciei o distanciamento social no dia 13 de março, por conta própria, por ter mais de 60 anos e também porque estive na Coreia do Sul em fevereiro e senti na pele a importância de medidas preventivas.
Quando o governo aconselhou que todos ficassem em casa vi as pessoas apoiando -se mutuamente.
#ficaemcasa inundou as redes sociais e teve gente que entrou na área de serviço pela primeira vez. Foi como pisar na lua, uma avalanche de fotos arrumando armários, cozinhando, faxinando e até dando banho nos pets.
Algumas pessoas viajaram e fotografaram seus refúgios secretos na praia ou no campo.
O tempo passou, continuamos em casa e a ficha caiu… estamos todos expostos e vulneráveis, com medos iguais, enfrentando fantasmas invisíveis.
A pergunta que mais se ouve é: Como vai ser quando tudo acabar?
Já existem palestras para falar sobre o “novo normal” porque intuímos que o mundo não será mais o mesmo.
Nesse período aprendemos a ressignificar pequenos gestos, valorizar o trabalho de pessoas que antes eram quase invisíveis.
Os heróis mudaram de roupa e de profissão, os influenciadores digitais que exibiam um mundo dourado e inatingível perderam espaço para pessoas reais com informações práticas para o dia a dia.
As reuniões digitais quebraram a formalidade dos presidentes e diretores, agora eles são interrompidos pelos filhos que pedem algo ou aparecem lambuzados de chocolate, pets invadem a sala e agora sem querer você invadiu a intimidade dos seus lares.
Hoje uma amiga postou a foto de nosso almoço de confraternização, todas sorridentes, abraçadas e com a legenda “Não vejo a hora de retomar nossos encontros festivos”. Nem acreditei, parece que foi no século passado, tão distante da realidade atual.
Conforme previsões, teremos que incorporar novos hábitos de comportamento como a observância da distância entre as pessoas, evitar aglomerações, uso de máscaras, medidas de higiene e limpeza e principalmente ter a consciência que ações individuais interferem no coletivo.
A pandemia acelerou a transformação digital em nossas vidas e pessoas que eram analfabetas tecnológicas como eu tiveram que aprender na marra, isso foi bom…
As empresas também passaram por transformações, tiveram que virar camaleões e focar em produtos para o enfrentamento desta guerra.
Quando pequena, meu pai dizia que tudo que é realmente importante na vida não se pode comprar, é assim quando pensamos na saúde, família, amor, amigos, paz, felicidade.
Cresci ouvindo que devemos encontrar o Ikigai, que de uma forma simples significa propósito de vida, o que te motiva a levantar todos os dias.
Hoje mais do que nunca pensamos no que realmente importa e toca o seu coração, nas pequenas coisas que sentimos falta.
Não sou vidente e nem tenho bola de cristal para responder como seremos quando o “novo normal” voltar, mas acredito que aprendemos o prazer do efêmero, da alegria dos momentos mágicos, a importância de viver plenamente cada segundo.
Espero que você tenha adquirido paz interior, que tenha aprendido a meditar, a se enxergar com bons olhos, a se perdoar e perdoar os outros.
Olhar no espelho e gostar do que vê, sem se importar com o julgamento alheio, sem querer competir ou ocupar o lugar do outro. Relaxe, você é única e tem o seu lugar garantido na Terra.
Você está pronta para voltar e viver no mundo que vai surgir, seja ele como for.
Seja feliz!