Lilian Schiavo: Quando mudar é a única opção

A capa de uma revista trazia estampada a notícia “o engenheiro que virou uber”, grande novidade… lembrei que nos anos 80 um negócio chamou a atenção pelo nome: o engenheiro que virou suco.

Gosto de andar de táxi ou aplicativos, é ótimo não se preocupar com o estacionamento e ainda aproveitar o tempo para trabalhar, enviar mensagens ou ler.  De vez em quando surge uma conversa aqui, outra ali e acabo ouvindo as histórias contadas pelos motoristas, a maioria deles tem diploma universitário, foram demitidos e pensaram que o uber seria uma opção temporária, só que acabou virando definitiva.

A realidade é que estamos passando por tempos difíceis onde além da geração nem nem, nem estuda nem trabalha, temos a geração baby boomer que foi demitida mas ainda tem muita vontade de trabalhar e viver, os millenials que saíram das faculdades e não encontraram vagas no mercado de trabalho, a indústria 4.0 que dispensou os trabalhadores de tarefas repetitivas, temos aqueles que exercem profissões que deixarão de existir, as mães que não conseguem voltar ao emprego e os engenheiros, gerentes, administradores e contadores que viraram motoristas.

É preciso sobreviver mas as contas continuam chegando, você enviou currículos sinceros e achou que estava se super valorizando pois não teve retorno, depois resolveu que poderia aceitar um salário menor do que o anterior, mas mesmo assim nada aconteceu, apelou por enviar pedidos de emprego para fazer qualquer coisa, afinal, o importante é ter um rendimento mensal e se adaptar… agora bateu o desespero! Nenhuma resposta, nenhuma porta se abrindo.

Fazer o quê? Vai ter que se virar!

Vai ser empreendedora na marra!

No primeiro trimestre deste ano contabilizamos 13 milhões de desempregados que sonham com o negócio próprio,  no ano passado o Brasil registrou 2,5 milhões de empresas, sendo que 81,4% deste montante é composto por microempreendedores individuais (MEIs).

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Não é a toa que vemos um movimento gigantesco focado nas pequenas e médias empresas.

Segundo o Entrepreneurialism Global Advisors, uma pesquisa realizada com 18 mil entrevistados em 24 países mostrou que 4 em cada 10 entrevistados brasileiros pretendem abrir um negócio até 2020. Este estudo apontou as nações com maior número de pessoas com intenção de empreender: Arábia Saudita-63%, México-62%, Índia-50%, África do Sul-50%, China-48% e Brasil-43%.

Ouvi a história de um senhor de origem árabe que se define como mascate, nos anos 70 ele viajou para a China e voltou com luminárias acopladas com ventilador, vendeu todas e iniciou um comércio entre os países, para exercer essa atividade viajou 63 vezes para a Ásia. Ele conta que na primeira vez falava um inglês sofrível e um portunhol enrolado, no final estava fluente até em mandarim e tinha se tornado um próspero empresário. 

Ele contou esta história porque encontrou uma jovem que queria oferecer chinelos para um grupo de chineses, essa coragem foi o gatilho para que o senhor bem sucedido oferecesse uma mentoria e conexão com agências que promovem a exportação de produtos brasileiros.

Pode ser que você imagine que se tornou empresária no susto, prefiro acreditar que você já tinha essa identidade no DNA, daquele tipo que empreende mesmo com carteira assinada, sendo a funcionária que inova, soluciona problemas e tem coragem para mudar, aquela com empreendedorismo na veia.

Precisamos perder o medo de voar, aprender a cair e levantar, se reinventar todos os dias, ousar.

“Mude a sua vida hoje. Não deixe para arriscar no futuro, aja agora, sem atrasos.” Simone de Beauvoir

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